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Abdib avalia que crise não afetará leilão de rodovias

Por LEONARDO GOY
Atualização:

O vice-presidente executivo da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Ralph Lima Terra, disse hoje à Agência Estado que a turbulência nos mercados financeiros não deve afetar o leilão de concessão de sete trechos de rodovias federais, marcado pelo governo para o dia 9 de outubro. "Eu, pessoalmente, acho que essa crise não deve se alongar e nem se aprofundar muito. Assim, eu não acredito que ela vá diminuir muito o apetite dos investidores", disse. Terra ponderou, entretanto, que, se o leilão fosse amanhã, possivelmente o interesse dos investidores diminuiria. "Mas é preciso lembrar que os investidores que entram no mercado de rodovias têm uma visão de longo prazo", disse. Para ele, crises como essa mostram que o Brasil precisa oferecer as melhores condições para atrair os investidores, "não só em rodovias, mas em todos os projetos de infra-estrutura". Com relação à decisão do governo de reduzir a Taxa Interna de Retorno (TIR) do leilão de rodovias de 12,88% para 8,95% ao ano, Terra disse que "seria melhor se a taxa fosse maior". "Quanto melhores as condições, maior a chance de o leilão ter mais disputa", disse. Mesmo assim, o executivo acredita que o leilão de outubro será atrativo. O presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), Moacyr Duarte, acredita que em um primeiro momento a turbulência nos mercados pode fazer com que menos investidores estrangeiros se interessem pelo leilão de rodovias. Com relação à participação dos investidores nacionais, Duarte disse que vai depender de como a crise financeira irá se desenrolar nos próximos meses. Segundo ele, se a turbulência vier a causar, por exemplo, um aumento na Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) - taxa que baliza os financiamentos do BNDES - isso é um fator que pode afetar o interesse no leilão. O BNDES será o principal financiador dos investimentos que os futuros concessionários farão nas rodovias. "Mas, por enquanto, ainda não há uma indicação do que pode acontecer", ponderou.

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