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Abecs: uso do cartão de débito deve superar o de crédito

Por Rodrigo Petry
Atualização:

O número de transações com cartões de débito deve se consolidar este ano acima das operações com cartões de crédito, segundo o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Claudio Yamaguti. O maior uso do cartão de débito pelos consumidores, de acordo com Yamaguti, foi observado nas transações de valores menores, onde o parcelamento é mais raro."A origem do cartão de débito foi para sacar dinheiro nos caixas dos bancos, mas o comércio vem aumentando sua participação nas transações. Essa é uma tendência que vai seguir, já que cada vez mais os estabelecimentos comerciais estão aceitando o cartão de débito, para não perder vendas", disse Yamaguti. Segundo o executivo, apenas 18% das transações com débito no País são utilizadas no comércio, porcentual que deve avançar. O restante das transações é realizado em terminais de autoatendimento de bancos. Nos Estados Unidos, por exemplo, 75% das compras são feitas com o uso do cartão de débito. A maior participação das classes sociais C, D e E no consumo brasileiro também é apontada pelo executivo como um dos fatores que deverão impulsionar o volume de transações. "Esses novos usuários já entram no mercado com um cartão de débito, que é vinculado a uma conta bancária", destacou.No ano passado, segundo a Abecs, dos 8,3 bilhões de transações com cartões no País, houve uma igualdade na distribuição entre o débito e crédito - cada um respondeu por 3,4 bilhões das operações. Já as transações de cartões de redes de lojas totalizaram 1,4 bilhão em 2011.Em termos de faturamento, porém, o cartão de crédito deve seguir na dianteira. Dos R$ 670 bilhões movimentados pela indústria no ano passado, o crédito representou R$ 386 bilhões, alta de 23% na comparação com 2010. Já o débito somou R$ 199,8 bilhões (+25%), e os de rede de lojas, R$ 84,2 bilhões (+23%).O tíquete médio dos cartões de crédito somou R$ 113 no ano passado, valor 6% acima do registrado em 2010. Já o valor médio das compras com débito foi de R$ 58 (+4% ante 2010) e de redes de lojas, R$ 57 (+7%). De forma consolidada, o tíquete médio avançou 5% no ano passado.Segundo Yamaguti, outro fator de incentivo ao aumento do faturamento do setor de cartões de crédito vem dos gastos de brasileiros no exterior. No ano passado, esses gastos somaram R$ 21,2 bilhões, representando um incremento de 19% na comparação com 2010. "O resultado pode ser atribuído à valorização da moeda nacional em relação ao dólar e ao aumento do poder aquisitivo da população, que tem viajado mais ao exterior", afirmou.O total de plásticos no mercado brasileiro encerrou o ano passado em 687 milhões de unidades, distribuídas entre 173,2 milhões em crédito (13% de cartões a mais quando comparado a 2010) e 266,3 milhões em débito (+7%) e 247,4 milhões em rede de lojas (+10%).

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