PUBLICIDADE

Abeiva diz que não faltará carro importado por 30 dias

Por Anne Warth
Atualização:

O presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), José Luiz Gandini, garantiu hoje que não faltarão carros importados nas concessionárias de todo o País nos próximos 30 dias. Segundo ele, os automóveis que foram embarcados antes do dia 10 de maio, data em que o governo anunciou a aplicação de licenças não automáticas para importações do setor, não terão que passar pela nova exigência. "Apenas os embarques feitos a partir do dia 11 vão precisar dessas guias. Os carros que estão em navios e aviões embarcados antes do dia 11 ainda estão chegando e não passarão por essas mudanças", afirmou Gandini.O presidente da Abeiva reconheceu, porém, que nenhuma importadora conseguiu obter as novas guias do último dia 10 até hoje. "Mas isso é um problema normal. Trata-se de uma questão operacional porque, até a semana passada, não havia nenhuma pessoa designada para fazer esse trabalho", disse Gandini. Segundo ele, as concessionárias possuem estoque de veículos para os próximos 30 dias. "Não vão faltar carros. Pode ocorrer de faltar um ou outro modelo, mas não será uma situação generalizada", afirmou."O governo disse que será ágil para liberar as licenças e que essa liberação não vai levar os 60 dias que são o prazo máximo. Confiamos no bom senso do governo e acreditamos que nada vai se alterar na nossa atividade de importação de veículos. Isso é um consenso entre todas as nossas marcas associadas", disse. Gandini disse ainda que nenhuma empresa associada à entidade importa veículos da Argentina.Audi e JacO presidente da Audi no Brasil e vice-presidente da Abeiva, Paulo Kakinoff, disse hoje que a empresa terá que fazer um novo planejamento logístico para importação de veículos, para que a documentação seja feita com antecedência. Ele acredita que a liberação dos veículos que importa deve levar de 10 a 15 dias. Antes do anúncio da medida, quando valia a licença automática, era necessário trabalhar apenas com um prazo de 15 dias de trânsito entre a Europa e o Brasil.O presidente da Stuttgart Sportcar, Marcel Visconde, que é importador oficial da Porsche no Brasil, disse que as projeções da venda da empresa não serão alteradas. "Precisamos reprogramar com a matriz o prazo para viabilizar a documentação das novas guias, mas acreditamos que o período de adaptação será pequeno", disse. Segundo ele, a Porsche estima vender mil carros no País neste ano.O presidente da Jac Motors no Brasil, Sérgio Habib, disse que navios com carros da empresa embarcados antes de 10 de maio devem chegar até o início de junho ao País. "Não faltarão carros nas concessionárias para os nossos clientes", garantiu. A empresa que iniciou as operações no Brasil neste ano planeja comercializar 3 mil carros no mês de maio."Hoje temos 1,2% do mercado interno. Chegaremos facilmente aos 3%. Depois disso, é preciso fazer mudanças", afirmou Habib. Apesar do grande número de vendas da Jac nos últimos meses, ele disse não acreditar que haverá uma invasão de carros chineses no mercado brasileiro. "Mas acho que, pela primeira vez em 20 anos, as montadoras nacionais serão forçadas a manter ou baixar preços por causa da nossa concorrência"Números em altaAs vendas de veículos de empresas que integram a Abeiva atingiram 16.593 unidades em abril - um crescimento de 120,9% em relação a abril de 2010. Considerando os veículos importados pelos membros da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), importadores independentes e pela Abeiva, as vendas totalizaram 63.711 unidades em abril - um crescimento de 28,9% em relação a abril de 2010.De janeiro a abril deste ano, as vendas de veículos de associados da Abeiva atingiram 52.074 unidades - uma expansão de 97,1% em comparação com o mesmo período de 2010. Considerando as vendas de importados da Anfavea, da Abeiva e de importadores independentes, as vendas no primeiro quadrimestre somaram 244.275 unidades - um crescimento de 28,5% ante o mesmo período do ano passado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.