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Abeiva quer negociar cotas de importação de carros com governo

Por Agencia Estado
Atualização:

Um estudo sobre cotas de importação, em negociação entre o governo federal e a Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), é a esperança do setor para alavancar as importações brasileiras de veículos que, há meses, enfrentam sucessivas quedas. Numa reunião realizada com a diretoria da Abeiva no mês passado, o ministro do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, deixou claro que as chances de redução da alíquota do Imposto de Importação de veículos, hoje em 35%, são mínimas. Furlan, entretanto, mostrou-se aberto ao diálogo e à possibilidade de o governo estudar a implantação de cotas de importação para as empresas. Proposta em estudo A proposta, que está sendo analisada pela Abeiva, teria como contrapartida exportações brasileiras pelas mesmas empresas que hoje importam seus veículos para o Brasil, como a coreana Kia, a alemã BMW e a italiana Ferrari. "O que o governo nos propõe não é inviável, mas certamente demandaria um período significativo de negociações", afirmou o presidente da Abeiva, André Carioba. A idéia é que as marcas da Associação possam negociar com suas matrizes a importação de componentes do Brasil para que o saldo da balança de cada empresa fique positivo ou, no mínimo, equilibrado. Mantido o superávit, o governo ofereceria às importadoras a redução da alíquota para uma determinada cota de veículos importados. Alíquota reduzida para um certo volume de veículos importados foi uma medida adotada no passado. Entre agosto de 1996 e dezembro de 1999, a alíquota de importação para uma cota de até 50 mil carros era 50% menor. Na época, mais precisamente em 1997, a Abeiva importou nada menos que 119 mil veículos. Hoje, o setor se desdobra para alcançar vendas de 10 mil unidades por ano. Representantes da Abeiva devem voltar a se reunir com o ministro Furlan nas próximas semanas para tratar do assunto. A maior preocupação dos importadores, no entanto, é a falta de solução no curto prazo. Em abril, as vendas de veículos importados pela Abeiva totalizaram apenas 292 unidades, volume 70% menor que o de abril de 2002. No ano, a queda acumulada alcança 54%. Para Carioba, a recente redução do dólar não tem contribuído para alavancar os negócios. Muitas empresas, como a BMW, a Ferrari e a Porsche, têm seus negócios baseados em euro, que está fortemente valorizado em relação ao dólar.

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