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Abic mantém projeção de aumento do consumo de café

O crescimento projetado poderia elevar o consumo nacional de cerca de 700 mil sacas para quase 21 milhões de sacas

Por ROBERTO SAMORA
Atualização:
Aumento de 3% neste ano deverá ocorrer após uma ligeira queda de 1% no consumo em 2013, quando a Abic constatou a primeira baixa na demanda desde 2003 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) avaliou nesta terça-feira que o consumo de café no Brasil poderá atingir a meta de crescimento de 3 por cento traçada no início do ano, segundo representantes da entidade integrada por empresas que atendem a 75 por cento da demanda interna no país.

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O aumento deverá ocorrer após uma ligeira queda de 1 por cento no consumo em 2013, quando a Abic constatou a primeira baixa na demanda desde 2003.

Pesquisas internas junto aos associados da Abic revelam que o consumo está crescendo a uma taxa de 2,9 por cento, o que reforça a possibilidade de a previsão da Abic ser atingida apesar de uma economia brasileira mais lenta.

"As crises econômicas não têm afetado o crescimento do consumo", disse o diretor-executivo da Abic, Nathan Herszkowicz, ao responder questão sobre o assunto, no lançamento de uma campanha para renovar o marketing do Selo de Pureza do café, uma iniciativa da associação.

O crescimento projetado pela Abic poderia elevar o consumo nacional em cerca de 700 mil sacas de 60 kg, para quase 21 milhões de sacas. O Brasil, além de ser o maior produtor e exportador global, é o segundo consumidor mundial em volumes, atrás dos Estados Unidos.

A projeção de crescimento de 3 por cento no consumo foi mantida apesar de a entidade apontar, em uma sondagem preliminar, que a demanda interna cresceu pouco menos de 2 por cento de maio de 2013 a abril de 2014.

O vice-presidente de Marketing e Comunicação da Abic, Manoel Assis, disse à Reuters, durante o lançamento da campanha, que a confiança nas metas se dá ainda com o "investimento maciço" das grandes companhias em campanhas de mídia.

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Ele não espera, no entanto, que o marketing em torno do Selo de Pureza, criado há 25 anos e grande impulso do consumo de café no Brasil nas últimas décadas, dê resultados já em 2014. "Só vamos sentir o aumento efetivo do consumo pela campanha do Selo de Pureza no próximo ano", afirmou a jornalistas.

Em 25 anos, o programa do Selo de Pureza resultou no que a Abic chamou de "moralização" do mercado de café, resgatando a credibilidade do produto. No período, o consumo nacional saltou de 6,4 milhões de sacas para mais de 20 milhões de sacas, com um consumo per capita de 6,09 kg ao ano.

Atualmente, participam do programa 459 empresas, com 1.148 marcas certificadas.

Segundo a Abic, o programa monitora 75 por cento do café comercializado no país.

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A nova campanha de marketing, com investimentos previstos de 2 milhões de reais, deverá ser veiculada por meio de merchandising televisivo, rádio, revista, mídias online e sociais, até dezembro.

SECA E QUALIDADE O diretor-executivo da Abic disse ainda que, num ambiente de uma quebra histórica de safra no Brasil, as indústrias terão um trabalho adicional para garantir a qualidade do produto comercializado. "É um desafio adicional para as indústrias, sem dúvida. A questão da piora da qualidade da safra de café atingiu uma boa parcela, mas não tão grande como o imaginado... Então a indústria deverá selecionar mais para não utilizar café com quantidade maior de grãos com defeito", afirmou Herszkowicz. No entanto, o executivo disse que não é possível afirmar qual a parcela de grãos da safra atual com problemas de qualidade. O presidente da Abic, Américo Sato, observou ainda que, se algumas áreas tiveram um café com maior índice de defeito, em outras o grão colhido teve melhora na qualidade, compensando parte dos problemas. A safra de café do Brasil em 2014/15, que está em fase final de colheita, deverá ficar entre 45 milhões e 47 milhões de sacas, disse à Reuters nesta terça-feira o presidente da Abic, ante uma previsão de 47 milhões de sacas feita em abril. Isso se compara a uma produção de 49,15 milhões de sacas estimada para 2013/14 pelo governo federal. Num contexto de oferta mais apertada, Sato acredita que os preços seguirão uma trajetória de crescimento até meados de 2015.

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