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Abimaq defende prorrogação de incentivos tributários

Por ADRIANA FERNANDES E FABIO GRANER
Atualização:

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert, defendeu hoje, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), a prorrogação dos incentivos tributários para o setor. Ele disse que é preciso que essas medidas sejam "perenes". Segundo Aubert, graças às medidas adotadas pelo governo, o setor conseguiu reduzir o impacto da crise financeira internacional, saindo de uma queda de faturamento de 55%, no inicio do ano, para terminar 2009 com uma queda de 20%.Aubert fez rasgados elogios ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, pela "coragem" de ter taxado com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) o capital externo que entra no País e também pelas medidas de desoneração tributária. Apesar dos elogios, ele criticou o sistema tributário brasileiro e a taxa de câmbio. Segundo Aubert, o Brasil é o único país do mundo que tributa investimentos. Aubert destacou que a tributação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), PIS e Cofins onera o investimento no País em mais de 30%, 40%, tirando a competitividade da indústria nacional. Ele avaliou ainda que a taxa de câmbio é "mortal" para o setor de máquinas e equipamentos. Mas o empresário não apresentou sugestões ao governo, durante sua palestra. Ele criticou também a baixa taxa de investimento do Brasil. Segundo ele, a taxa média de investimentos, nos últimos dez anos, de 16,9%, é inferior à da América Latina(19%) e à mundial (24%). Aubert destacou que a China tem uma taxa média duas vezes maior que a brasileira (34%) e que é preciso aumentar esse investimento. Segundo ele, não existe país desenvolvido que não tenha uma indústria de bens de capital desenvolvida. JurosO consultor e empresário Antoninho Marmo Trevisan defendeu hoje que o gasto com juros da dívida pública seja efetivamente tratado como despesa nas contas públicas e não como uma mera linha contábil. Segundo ele, este ano, o Brasil deve gastar R$ 178 bilhões com juros, enquanto vai gastar apenas R$ 34 bilhões com educação. "É como se um pai suspendesse o pagamento da mensalidade da escola do filho para pagar o cheque especial", disse Trevisan, durante reunião do CDES.Ele defendeu ainda que seja feita a reforma contábil de modo a explicitar melhor o peso dos juros nas contas públicas. "É preciso tratar juro como despesa e não investimento como despesa", disse. Trevisan abordou a questão cambial, dizendo que o otimismo dos estrangeiros com o Brasil torna inevitável um forte ingresso de dólares no País e, por isso, é necessário que se estimule a inovação tecnológica. Segundo ele, o Brasil tem uma grande produção científica, mas pouco estímulo para transformar o conhecimento em patentes.

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