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Abipecs:exportação de suínos deve voltar ao ritmo normal

Por Ana Conceição
Atualização:

Com o fim do embargo da Rússia anunciado hoje as exportações brasileiras de carne suína podem retornar aos níveis de dois anos atrás, acredita o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro Camargo Neto. "É uma boa notícia. As vendas devem voltar ao ritmo normal", considera. O executivo estima que cerca de 100 mil toneladas por ano deixaram de ser embarcadas para a Rússia. Camargo Neto acredita que o fim do embargo russo é conseqüência mais do aumento dos preços dos suínos no mercado local, e a pressão política decorrente desta situação, do que da condição sanitária do Brasil. "Santa Catarina tem a melhor sanidade do País e a Rússia continuava a ignorar essa questão técnica", diz. Em maio deste ano, o Estado foi considerado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como área livre de febre aftosa sem vacinação, o que corresponde ao melhor status sanitário que uma área, Estado ou país pode obter com relação à doença. Várias missões brasileiras foram à Rússia tentar normalizar o comércio bilateral de suínos, sem sucesso até então. O governo russo impôs o embargo a todo o País logo depois da ocorrência de focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná em outubro de 2005. No início deste ano, foram liberados os embarques do Rio Grande do Sul. Hoje foram liberados os de Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás e Minas Gerais. As exportações brasileiras caíram de forma significativa em 2006, já que a Rússia era - e continua a ser - o maior cliente da carne suína brasileira. Os embarques em 2006, de acordo com dados da Abipecs, recuaram 11% para 528.195 toneladas, ante 625.075 t em 2005. A receita caiu 11,2%, de US$ 1,17 bilhão para US$ 1,04 bilhão. As compras da Rússia caíram 33,86% no período para 267.689 t, ante 404.738 t em 2005. Mas, mesmo com o embargo, a Rússia comprou 51% das exportações brasileiras. Neste ano, depois de voltar a comprar carne suína gaúcha, os embarques começaram a ser normalizados. Segundo a Abipecs, até setembro o mercado russo comprou 202.621 toneladas de suínos, aumento de 7,6% ante o mesmo período em 2005. O presidente da Abipecs acredita que a Rússia só deve retomar de fato as importações a partir de 2008, já que o rigoroso inverno local dificulta o desembarque de mercadorias nos portos.

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