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ABN Amro confirma que está negociando fusão com Barclays

Isso daria ao Barclays a possibilidade de expansão em vários frontes, incluindo a Ásia, o Brasil, a região do Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo), EUA e Itália

Por Agencia Estado
Atualização:

O banco holandês ABN AMRO e o britânico Barclays confirmaram nesta segunda-feira que estão em "discussões exploratórias" para uma fusão. "O ABN AMRO confirma que está em discussões preliminares exclusivas com o Barclays sobre uma potencial combinação das duas organizações", disse o ABN em um comunicado. Em um comunicado separado, o Barclays também admitiu que mantém negociações exclusivas com o ABN. "Estas discussões são o resultado de uma consideração cautelosa para criar uma parceira altamente complementar. As negociações estão em um estágio inicial e exploratório, e não há a certeza de que vão levar a uma transação", acrescentou o banco holandês. As ações do banco holandês ABN AMRO tiveram alta recorde depois que o Barclays e outros bancos consideraram uma aproximação para uma compra que poderia resultar no maior acordo no setor de serviços financeiros. Mercados já reagiram As bolsas européias já reagiram ao possível negócio. O índice de ações da bolsa de Londres subiu 1%. Na bolsa de Frankfurt, a alta foi de 1,4%. As ações do Barclays fecharam em baixa de 0,8%, enquanto as do ABN dispararam 9,7%. No Brasil, o mercado também foi influenciado e as ações do setor bancário também se destacaram. As preferenciais (PN, sem direito a voto) da Itaúsa subiram mais de 5% e ficaram entre as maiores altas da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). As preferenciais do Itaú subiram 3,83%. Rumores Os rumores sobre a operação entre o banco holandês ABN AMRO e o britânico Barclays começaram a surgir logo no início do dia. A aquisição é avaliada em mais de US$ 80 bilhões, disse uma fonte próxima ao negócio. A decisão de participar de conversas sinaliza uma nova direção do ABN, banco que está focado em um processo de reestruturação. O executivo-chefe do banco holandês, Rijkman Groenink, preparava-se para anunciar tais planos no mês que vem. A combinação dos dois bancos significaria uma instituição com negócios chave em quase todos os mercados globalmente importantes, como a Europa, a Ásia, os EUA e a América do Sul. A notícia das negociações também coincide com um momento em que Groenink tem sido fortemente pressionado a embarcar em uma fusão ou deixar a empresa. A temperatura aumentou no mês passado, quando vários hedge funds (fundos multimercado) passaram a pressionar o executivo-chefe de 57 anos a mudar de curso. O Barclays, terceiro maior banco do Reino Unido atrás apenas do HSBC e do Royal Bank of Scotland Group, enfrentará os questionamentos de seus investidores, especialmente porque as oportunidades de cortes de despesas devem ser limitadas e a redução de custos é algo que os investidores gostam de observar em aquisições caras e importantes. Uma aliança com o ABN daria ao Barclays a possibilidade de expansão em vários frontes, incluindo a Ásia, o Brasil, a região do Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo), os Estados Unidos e a Itália. Todas estas regiões oferecem ao Barclays a oportunidade de ampliar os negócios de mercados de capitais e de banco de varejo.

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