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ABN-Amro mantém recomendação para dívida brasileira

Por Agencia Estado
Atualização:

O banco de investimentos ABN-Amro manteve a recomendação "overweight" (acima da média) para a dívida do Brasil na revisão da sua carteira recomendada para mercados emergentes, na qual a única alteração foi a elevação da recomendação da dívida da Turquia de "neutral" (peso na média) para "overweight". "Os papéis da dívida do Brasil têm levado uma surra severa e até mesmo notícias boas relacionadas às reformas não conseguiram reverter muito o sentimento dos investidores. Contudo, acreditamos que os investidores vão começar a comprar de novo os títulos brasileiros e, dessa forma, mantemos a nossa recomendação de compra no meio da curva de spreads dos ´bradies´ e globals, especialmente os bônus 2009, 2010, C-Bonds, DCBs e Discounts", afirmaram o diretor de pesquisa e estratégia para mercados emergentes do ABN-Amro, Arturo Porzecanski, e o estrategista de dívida soberana para mercados emergentes, James Sha. Segundo os analistas, a decisão de manter a carteira recomendada praticamente inalterada baseou-se na crença de que o forte "sell-off" (movimento de venda) dos títulos da dívida de mercados emergentes durante o mês de julho poderá ser revertido em agosto e setembro. No caso específico do Brasil, observaram os analistas do ABN-Amro, os papéis da dívida sofreram bastante em razão da forte alta nos "yields" dos títulos do Tesouro norte-americano, combinado com ruídos políticos domésticos. "Esses ruídos foram causados desde o aumento na tensão social - por parte de servidores públicos e de movimento de sem-terra -, sinais de atividade econômica recessiva até os conflitos internos no governo, que levaram a rumores sobre a saída do ministro da Fazenda, Antônio Palocci", explicaram os analistas. Contudo, Porzecanski e Sha traçam um cenário mais benigno daqui em diante para o desempenho dos títulos do Tesouro norte-americano. "A direção dos ´yields´ dos bônus do Tesouro norte-americano vai continuar ditando o tom para todos os mercados de crédito, incluíndo a dívida de países emergentes. Acreditamos, contudo, que o pior já passou em termos de alta nos ´yields´ dos bônus do Tesouro norte-americano", disseram os analistas. Em relação ao Brasil, Porzecanski e Sha afirmaram estar positivamente construtivos. "O governo brasileiro marcou um gol importante na sua busca para reformar o regime previdenciário. Essa reforma é mais ambiciosa do que as propostas já apresentadas por governos passados e deverá contribuir para diminuir o déficit do sistema nas próximas décadas", disseram os analistas. "No contexto de um cenário mais favorável em termos do desempenho dos títulos do Tesouro norte-americano e do nosso reconhecimento de fundamentos melhores do Brasil, decidimos manter a recomendação ´overweight´ para a dívida brasileira", afirmaram Porzecanski e Sha.

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