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ABN: cenário potencializa fuga para setor bancário

Após os atentados terroristas sofridos pelos Estados Unidos, os investidores procuram aplicações de menor risco e, nesse sentido, o setor bancário é um dos beneficiados.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os atentados terroristas aos Estados Unidos detonaram no mercado um movimento de fuga dos investidores para ativos de qualidade. Um estudo do ABN Amro, divulgado na semana passada, mostra que o setor de bancos é um dos beneficiados por essa tendência. Para o analista Antonio Klapka, as incertezas internacionais e o temor de uma escalada militar norte-americana contra o terrorismo retraíram os investidores, que passaram a procurar apenas companhias com balanços sólidos e menos suscetíveis a crises. Endividamento No caso do Brasil, diz Klapka, destacam-se as empresas menos endividadas - já que o dólar disparou - e as que têm fôlego financeiro para enfrentar um eventual ambiente de forte desaceleração da economia. "Os bancos possuem expressiva posição em dólar e ganham com os juros altos", disse o analista do ABN Amro. Ele afirmou ainda que as instituições financeiras nacionais estão provisionadas para qualquer deterioração do crédito. Empréstimos O analista também destacou que a concessão de empréstimo deve cair, mas não de forma drástica, já que o mercado internacional se fechou, aumentando a demanda das empresas brasileiras por empréstimo local. "As companhias podem postergar investimentos, mas não podem deixar de rolar dívidas. Para isso, precisam de dinheiro e terão de captar no Brasil", ressaltou. De acordo com o estudo do ABN Amro, a fuga dos investidores para ativos de qualidade tem gerado também um movimento de seletividade dentro dos setores. Os investidores privilegiam em cada área as companhias de primeira linha, que têm maior perspectiva de crescimento. Preferência No setor bancário, os investidores têm preferido alocar os recursos em Itaú, Itaúsa e Bradesco. A alocação ocorre em detrimento de papéis menos líquidos e com um pouco mais de risco, como Banco do Brasil e Unibanco. O resultado é que os três primeiros apresentaram uma performance melhor na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), desde os ataques aos EUA, que os outros dois bancos. Esse desempenho abriu um espaço grande entre o valor dos dois grupos. Recomendação Para Klapka, o movimento foi tão exagerado que o mercado já deve começar a considerar a possibilidade de fazer o caminho contrário. "Recomendo que se transfira, gradualmente, uma parte dos investimentos para Banco do Brasil e Unibanco, mantendo o restante nas outras instituições, que são mais líquidas", disse. O relatório do ABN destaca ainda que a fuga para ativos de qualidade beneficia também a Petrobras e o setor de mineração, mais precisamente a Companhia Vale do Rio Doce."A primeira tem a receita atrelada ao dólar, enquanto a outra é uma grande exportadora. Ambas obtêm ganhos com a alta do dólar", explicou Klapka.

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