PUBLICIDADE

Abras: supermercados ainda não sentem efeitos da crise

Por Rodrigo Petry
Atualização:

O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, disse hoje que os efeitos da crise financeira internacional não atingiram o setor até o mês de outubro. Ele lembrou que os principais produtos vendidos nos supermercados, como alimentos, bebidas, perfumaria e limpeza, são sensíveis a alteração na renda do consumidor, e não ao fator crédito. "A maioria das vendas nos supermercados é feita em dinheiro, cheque ou cartão de crédito ou débito, sem necessidade de financiamento da loja. Isso explica o descolamento do setor com a crise", afirmou. Segundo a Abras, as vendas do setor acumulam no ano até o mês passado uma evolução de 9,19% em relação ao mesmo período de 2007. Esse foi o maior crescimento no faturamento do setor para o período nos últimos dez anos. Porém, esse resultado foi influenciado pela inflação dos alimentos registrada no primeiro semestre de 2008, que já elevou em 11,5% os preços nominais dos 35 produtos de maior consumo dos supermercados, conforme levantamento da entidade. Honda disse acreditar que durante o primeiro trimestre do ano que vem o setor possa sofrer os primeiros contágios da crise, quando indicadores como massa de rendimento e emprego podem apresentar os primeiros sinais de desaceleração. "Nosso setor é o último a entrar na festa, mas também o último a sair", comentou ele, afirmando que os supermercados devem faturar aproximadamente R$ 150 bilhões este ano, o que representaria um incremento próximo a 8% sobre 2007. O dirigente destacou ainda que os números de outubro não refletem uma desaceleração nas vendas de produtos não alimentícios, como informática, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, nos supermercados. Ele afirmou que as grandes redes, que concentram esse tipo de venda, mantêm estoques adquiridos antes da valorização do dólar, com preços antigos. "Muitos consumidores podem ter antecipado as compras diante da expectativa de aumento nos preços dos produtos importados", explicou Honda.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.