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Abrasca avalia que captações não devem ser vistas com euforia

Por Agencia Estado
Atualização:

A notícia de que o País está recuperando a confiança do investidor externo, já que captou ontem US$ 1,5 bilhão, sendo US$ 750 milhões em uma emissão soberana e o restante por empresas, não empolgou o presidente da Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas), Alfred Plöger. "Quando encontramos uma rolha em um rio, nós agarramos a ela como se fosse uma bóia salvadora", comparou Plöger, criticando o tom eufórico dado aos fatos. Ele lembrou que, durante quase nove meses, as empresas brasileiras não captaram praticamente nada, o que levou a essa concentração de emissões. "O fato é que a economia está em recessão e ainda não há indícios de melhora", afirmou o presidente da Abrasca. A expectativa melhor da indústria e do comércio em relação ao último trimestre deste ano, principalmente para o Natal, deve ser vista, de acordo com Plöger, como tipicamente sazonal. "Não aponta ainda uma arrancada", acrescentou. Perspectiva Na expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza a taxa Selic, a taxa básica de juros da economia, em dois pontos percentuais na reunião da próxima semana, o que levaria a taxa para 20% ao ano, Plöger disse que a queda terá "efeito psicológico", mas pouco impacto para as empresas, já que os juros de mercado continuam altos. "Os juros básicos brasileiros ainda são os mais alto s do mundo", disse o empresário. Mesmo se as taxas fossem mais atraentes, Plöger disse que as indústrias não estariam estudando investimentos em ativos fixos, porque a capacidade ociosa é grande em praticamente todos setores econômicos. Ele acredita que o Brasil só terá "crescimento consistente" se o Congresso aprovar uma boa reforma tributária, e não apenas o "ajuste fiscal" encaminhado pelo governo. Antes disso, avalia que a economia continuará sua trajetória errante, de altos e baixos. Classificando o projeto em discussão no Congresso "de piada técnica", o empresário não acredita em mudanças substanciais nem mesmo no Senado, embora o governo Lula já tenha sinalizado disposição de negociar.

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