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Abrasca defende bancos e critica carga fiscal

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), Alfried Plöger, disse hoje que apontar os bancos como "vilões" do alto custo do dinheiro para empresas e pessoas físicas é "simplificar a questão". Ploger argumentou que a carga fiscal sobre as operações financeiras e o risco representado pela elevada inadimplência também contribuem para encarecer o crédito. Ele também concorda que a Selic, a taxa básica de juros da economia, atualmente em 26,5% ao ano, é elevada, principalmente quando é comparada a uma remuneração abaixo de 2% ao ano paga aos investidores pelo governo americano. "Reduzir a taxa Selic já seria um começo para diminuir o custo financeiro dos empréstimos", sustentou o empresário. Quanto ao risco da inadimplência, o empresário avaliou que o projeto de Lei das Falências em debate no Congresso Nacional, se aprovado, poderá contribuir também para a redução do "spread" (diferença entre a taxa de captação e empréstimo) bancário. "A inadimplência está alta, a economia está se arrastando e isso acaba influindo no custo dos empréstimos", disse Plöger. Ele observou ainda que o governo é sócio dos bancos no crédito ao impor uma "cunha fiscal" (tributação) elevada no crédito bancário. Ploger destacou que, na prática, as companhias brasileiras perdem competitividade internacional ao terem que pagar juros nos empréstimos para o capital de giro de 50% ao ano. No caso de pequenas empresas que se financiam no cartão de crédito ou cheque especial do dono, esse custo varia entre 250% e 350% ao ano. Apimec destaca risco de crédito Álvaro Bandeira, vice-presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec Nacional), tem opinião semelhante. Segundo ele o "spread" dos bancos no Brasil é elevado devido aos riscos de crédito, inadimplência e escassez de moeda. Para ele, as reduções do compulsório sobre depósitos à vista e da taxa de juros básica dos títulos públicos podem estimular as instituições financeiras a disponibilizar soma maior de recursos para empréstimos, "reduzindo o spread".

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