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Ação contra troca de carro com valor menor

A dentista Mirian resolveu entrar com uma ação contra a concessionária Car Place porque descobriu depois de um mês que o seu carro veio batido. O conserto não ficou bom e ela não conseguiu nem um carro novo nem a restituição do dinheiro.

Por Agencia Estado
Atualização:

A dentista Mirian Pereira Novaes, de 39 anos, resolveu recorrer à Justiça contra a concessionária Car Place Import Ltda, zona sul, São Paulo. Segundo Mirian, o Kia, tipo Shuma, versão H. 215, cor bege trigo, zero quilômetro, adquirido em setembro do ano passado, veio batido na lateral traseira. Mirian só percebeu um mês depois da entrega do carro. A dentista avisou a concessionária, que mandou o carro para o conserto, mas alega que o serviço não ficou bom. Por isso, Mirian quis que a concessionária desse um outro carro da mesma cor ou a devolução do dinheiro. Mas, segundo ela e o dono da concessionária, Marco Antonio Sala, a contraproposta do vendedor foi trocar o veículo por um carro da mesma marca, só que preto. A nova cor não interessava a Mirian. Além disso, o seu advogado Marcello Verderamo, diz que juntou na ação um cartão da Car Place que mostra que o carro preto oferecido pela concessionária, apesar de ser da mesma marca, era mais barato - custava R$ 25.300, contra os R$ 28.200 pagos no carro bege. O carro valeria menos por causa da cor, o bege trigo é metálico e portanto mais caro. Outra diferença refere-se à substituição dos bancos originais por outros mais caros, de couro. Segundo levantamento feito pela Agência Estado em quatro concessionárias, o preço da troca do banco original pelo de couro varia de R$ 1.200 a R$ 1.600. Na Car Place, onde Miriam trocou os bancos a informação é que o serviço custa de R$ 1.500 a R$ 1.800. A diferença de preço da cor preta para a bege trigo é de R$ 400. Ou seja: supondo que Mirian tenha pagado R$ 1.500 para trocar os bancos e mais R$ 400 por causa da cor, o total desses acessórios é de R$ 1.900. Independentemente da diferença, o Procon-SP, órgão de defesa do consumidor ligado ao governo estadual, informou que Mirian tem todo o direito de exigir o dinheiro que pagou no carro de volta ou um veículo da mesma cor (leia mais em link abaixo). Na Justiça, Mirian pede com base no Código de Defesa do Consumidor (CDC) a restituição do valor pago pelo veículo - R$ 28.200 -, as despesas referentes a emplacamento e licenciamento, de R$ 581,66, e R$ 9.060 de indenização por danos morais. Um total de R$ 37.841,66, sendo que a consumidora devolverá o veículo. O dono da concessionária não aceita os argumentos O dono da concessionária, Marco Antonio Sala, discorda dos argumentos apresentados por Miriam e disse que vai responder judicialmente. Ele afirmou estar surpreso. Segundo ele, as partes estavam negociando e teria recebido a notícia de que a consumidora recorreu à Justiça pela reportagem da Agência Estado. Segundo ele, Miriam está querendo levar vantagem financeira em propor aceitar o carro preto e exigir mais os R$ 2.900. Ele argumenta também que nunca contestou o fato de Miriam só ter percebido a batida depois de ficar algum tempo com o carro. "Para não ter problema, nunca questionei se ela tinha batido o carro ou não." Segundo ele, a concessionária não tinha nenhuma notificação de que o carro tenha sofrido algum acidente anteriormente. A Agência Estado tentou novamente falar com Sala por causa dos bancos de couro. A reportagem obteve a informação de que a concessionária estaria disposta a entregar o carro preto com os bancos de couro, como o bege de Mirian, já que o modelo Kia, tipo Shuma, versão H. 215, vem com assento normal. Mas Sala não retornou as ligações na última semana.

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