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Ação da GVT dispara com oferta da Vivendi

Com alta de 18,95%, papéis da empresa fecharam o dia cotados a R$ 43,00, acima dos R$ 42,00 da oferta

Por Vinícius Pinheiro
Atualização:

As ações da operadora de telefonia GVT dispararam ontem na Bovespa, após o anúncio da oferta de compra feita pelo grupo francês Vivendi. A oferta, divulgada na terça-feira, é de R$ 42 por ação, o que dá à GVT um valor de R$ 5,4 bilhões. Ontem, porém, com a alta de 18,59% das ações, os papéis da empresa fecharam cotados acima disso: no final do pregão, estavam valendo R$ 43,00.Apesar de a companhia ser frequentemente apontada como um alvo de aquisição, a proposta de venda pegou o mercado de surpresa, já que a GVT encontrava-se em processo de oferta de ações no mercado e tinha até reuniões com investidores agendadas para ontem. A operação era secundária, ou seja, seriam vendidos parte dos papéis detidos pelos controladores. "A oferta de ações sinalizou ao mercado que a empresa não receberia nenhuma proposta de compra no curto prazo", afirma um gestor de recursos.A GVT, que opera serviços de telefonia fixa, internet e ligações de longa distância, é uma empresa com controle difuso - ou seja, a maior parte do capital (68,9%) encontra-se nas mãos dos minoritários. A oferta da Vivendi está condicionada à aquisição de uma participação mínima de 51% das ações. Os dois maiores acionistas da empresa, o Grupo Swarth e a Global Village Telecom Holland BV, ambos estrangeiros, concordaram em vender um mínimo de 20% da empresa, do total de 30% que possuem.Ontem, o presidente da Vivendi, Jean-Bernard Levy, afirmou estar "muito confiante" de que o conglomerado francês vai obter autorização dos acionistas da GVT para seguir adiante com sua oferta. "O grupo de acionistas controladores já se comprometeu a votar a favor. Estou muito confiante de que vamos conseguir isso", afirmou Levy. O executivo disse também que a Vivendi planeja manter a GVT listada em bolsa e não pretende mudar o modo como o grupo brasileiro opera.SEM EMPECILHOA princípio, a Vivendi não tem nenhum impedimento regulatório para assumir o controle da GVT. Segundo uma fonte da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a Vivendi seria considerada como um "sócio entrante" na GVT. Como não controla nenhuma empresa de telecomunicações no Brasil, a empresa estaria livre de eventuais obstáculos regulatórios impostos a operações de compra no setor. COLABOROU GERUSA MARQUES, COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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