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Ação da Lupatech desaba e empresa reconhece dificuldades

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Por Redação
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A Lupatech, fornecedora de equipamentos e serviços para o setor de petróleo e gás, reconheceu nesta quarta-feira que sua situação financeira é delicada --enquanto suas ações desabavam mais de 20 por cento na Bovespa. "Ainda que nossa situação financeira no terceiro trimestre gere preocupações em relação à solvência da companhia, estamos trabalhando fortemente para equilibrar nossa estrutura de capital e fortalecer nossa posição de caixa num curto espaço de tempo, o que acreditamos ser do interesse de todos os nossos acionistas", afirmou a empresa em comunicado ao mercado durante o pregão. As ações da Lupatech caíam 22,1 por cento às 16h09, a 4,50 reais, com giro financeiro de 8,6 milhões de reais, na mínima até esse horário. O papel não integra a carteira teórica do Ibovespa, que tinha perda de ao redor de 1 por cento. No ano, as ações da companhia acumulam perda de 70 por cento. A empresa está no meio de um processo de venda de ativos não estratégicos fora do negócio de petróleo e gás. Em 13 de outubro, a Lupatech anunciou ter recebido proposta para vender a unidade Steelinject Injeção de Aços para a Forjas Taurus por 14 milhões de reais. A Steelinject é uma das garantidoras dos bônus perpétuos emitidos pela Lupatech. Por isso, os detentores desses títulos de dívida terão que dar aval para a venda da unidade. "A permissão para a venda da Steelinject permitirá a conclusão do processo de venda deste ativo sem prejuízo aos níveis de garantia dos detentores dos bônus perpétuos, além de colaborar para o fortalecimento da posição de caixa da companhia", segundo a Lupatech. Conforme a empresa, desde a emissão dos bônus perpétuos, em 2007, a Lupatech comprou outros negócios que elevaram a base de ativos em cerca de 53 por cento, para 1,54 bilhão de reais. A Steelinject representava no fim de setembro 11,7 milhões de reais, ou menos de 1 por cento dos ativos totais da companhia. CAIXA E DÍVIDA A Lupatech teve prejuízo líquido de 116,7 milhões de reais no terceiro trimestre, acumulando perda de 129,5 milhões de reais de janeiro a setembro. A empresa terminou setembro com 30,9 milhões de reais em caixa, queda de quase 50 por cento ante junho. O endividamento total no final do terceiro trimestre era de cerca de 1,2 bilhão de reais --sendo 312,8 milhões de reais com vencimento em até 12 meses. A carteira de pedidos, que tem a Petrobras como importante cliente, era de 2,5 bilhões de reais, mas com sua realização concentrada no longo prazo. Em 19 de outubro, a empresa teve seu rating em escala global atribuído pela agência de risco Moody's reduzido de "Caa1" para "Caa2", uma das piores notas do grau especulativo. A Moody's manteve, ainda, perspectiva negativa para a nota. Segundo a Moody's, o rebaixamento refletiu as preocupações sobre a liquidez muito baixa da Lupatech e o alto nível de dívida. (Por Cesar Bianconi)

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