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Ação do Bank of America cai a valor mais baixo desde 1984

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Por Redação
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O valor da ação do Bank of America caiu ao menor nível desde 1984 nesta quinta-feira. O papel é pressionado por aumento de temores sobre perdas vinculadas à situação negativa da economia e à aquisição do Merrill Lynch. As ações da instituição despencavam mais de 10 por cento nesta tarde, a 4,21 dólares, após terem sido negociadas a 3,77 dólares, um valor não visto desde o final de 1984. Representantes do Bank of America não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto. "Com o capital em erosão e balanços debilitados, os investidores estão tentando fugir", disse Joseph Battipaglia, estrategista de mercado do Stifel Nicolaus & Co em Yardley, Pensilvânia. "Parece que não há remédio milagroso que não requeira diluição da participação do acionista." A queda de quinta-feira acontece após a publicação de um artigo no Wall Street Journal sobre eventos que levaram à aquisição do Merrill, citando várias fontes cujos nomes não foram divulgados. O artigo diz que reguladores federais pressionaram o Bank of America a fechar a aquisição mesmo após ter ficado evidente que os prejuízos do Merrill eram bem maiores que o esperado. O jornal afirma ainda que o Bank of America começou a ter dúvidas sobre a aquisição por volta do dia de Ação de Graças, oito dias antes de acionistas de ambas instituições terem votado pela fusão, em 5 de dezembro. Executivos discutiram anteriormente à votação se o Bank of America deveria desistir da operação, mas advogados pediram para o grupo não fazer isso, segundo a reportagem. O Bank of America informou que o Merrill teve um prejuízo de 15,31 bilhões de dólares no quarto trimestre. O banco enfrenta muitos processos judiciais de acionistas em relação à falha ao anunciar os prejuízos do Merrill antes do fechamento do negócio, em 1o de janeiro, ou antes da votação por parte dos acionistas. Os prejuízos levaram o Bank of America a pedir ajuda do governo dos Estados Unidos, que incluiu 20 bilhões de dólares de capital novo e a divisão de perdas de 118 bilhões de dólares relacionadas a ativos problemáticos. Alguns críticos pediram que o presidente-executivo do Bank of America, Kenneth Lewis, de 61 anos, seja substituído do comando e do conselho do grupo, ou que ele pelo menos desista da presidência da instituição.

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