Publicidade

Ação do Google ultrapassa US$ 600

Em pouco mais de três anos como companhia aberta, valor de mercado da empresa foi multiplicado por sete

Por AP e REUTERS E FRANCE PRESSE
Atualização:

A palavra "Google" já virou verbo em inglês, sinônimo de fazer buscas na internet. E os investidores parecem cada vez mais confiantes na capacidade da empresa de transformar em dinheiro a audiência que seus serviços atraem. As ações do Google ultrapassaram ontem a marca de US$ 600 pela primeira vez na história, mostrando que o mercado está otimista com os resultados do gigante da internet no terceiro trimestre, que serão divulgados no dia 18. Os papéis chegaram a ser cotados a US$ 610,26 na bolsa eletrônica Nasdaq, e fecharam em US$ 609,62, com alta de 2,6%. As ações subiram por 12 sessões consecutivas. O banco de investimentos Bear Stearns divulgou um relatório sexta-feira dizendo que a cotação do Google poderia chegar a US$ 625 até o fim do ano. Um outro relatório divulgado na sexta, da Nollenberger Capital Partners, apontou que o Google tem tido uma performance tão boa que as estimativas anteriores de lucros para a empresa podem ser muito conservadoras. "Além do curto prazo existe uma riqueza de oportunidades inexploradas para o Google tanto na área de anúncios em celulares quanto em anúncios com imagens", escreveram os analistas da Nollenberger. O Google vende principalmente anúncios de texto, chamados links patrocinados, que aparecem ao lado de resultados de busca e de páginas de conteúdo. Em sua oferta pública inicial, em agosto de 2004, os papéis do Google foram vendidos a US$ 85. A empresa acumula uma valorização de 617% desde o lançamento. Com um valor de mercado de US$ 190 bilhões, o Google hoje vale mais que companhias maiores e mais tradicionais como o Wal-Mart, a Coca-Cola, a HP e a IBM. Os papéis do Google levaram 10 meses para passar de US$ 500 para US$ 600 e mais de um ano para ir de US$ 400 a US$ 500. As ações atingiram US$ 300 em junho de 2005, depois de ultrapassar as marcas de US$ 100 e US$ 200 durante 2004. Os analistas começaram a prever ainda no começo de 2006 que os papéis do Google iam ultrapassar US$ 600, quando a cotação ainda estava ao redor de US$ 420. Alguns já projetam que as ações vão chegar a US$ 700 durante o próximo ano. Os maiores beneficiários da alta dos papéis são Larry Page e Sergey Brin, ambos com 34 anos, fundadores do Google. A fortuna de cada um está próxima de US$ 20 bilhões. Eles começaram a desenvolver o mecanismo de busca quando estudavam na Universidade de Stanford, em 1996. O presidente do Google, Eric Schmidt, e o principal executivo de vendas, Omid Kordestani, também se tornaram multibilionários com as ações da empresa. Existem centenas de funcionários do Google que são milionários. A principal fonte de receita do Google são a venda de anúncios. No ano passado, seu faturamento chegou a US$ 10,6 bilhões e seu lucro líquido a US$ 3,077 bilhões. A empresa deve se fortalecer ainda mais com a compra da DoubleClick, que distribui anúncios de internet. A aquisição está sendo analisada por autoridades antitruste, ante reclamações de que ela daria ao Google muito controle sobre os preços dos anúncios na internet e sobre informações dos consumidores. Em média, os analistas esperam que o lucro do Google suba mais de 40%, atingindo US$ 3,75 por ação, segundo a Thomson Financial. Nos 12 trimestres de companhia aberta, os ganhos do Google só não ultrapassaram a previsão dos analistas em dois. Os papéis subiram 17% no mês passado e acumulam alta de 32% no ano. Apesar de ter como lema a frase "não seja mau", o Google é visto como a empresa a ser temida no mercado de tecnologia. Os dois principais motivos são o domínio que a empresa tem do mercado de anúncios online e a quantidade de informações que ela consegue coletar dos consumidores. Além das empresas menores de tecnologia, o Google é visto como ameaça por emissoras de TV, editoras de livros, jornais e operadoras de telecomunicações.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.