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Acesita lança aço inoxidável para açúcar e cachaça

Por Agencia Estado
Atualização:

Após cinco anos de estudo de mercado e investimentos de US$ 1 milhão em pesquisa e desenvolvimento, a Acesita começou a oferecer ao mercado neste ano um novo tipo de aço inoxidável, desenvolvido especificamente para a indústria de açúcar. Batizado de P444A, ou simplesmente 444, o novo aço já começa a chamar a atenção das empresas do setor, que utilizam basicamente o aço carbono. De acordo com o gerente de negócios do segmento da indústria da Acesita, José Reinaldo Lourenço, as vendas do novo aço devem totalizar mil toneladas neste ano, com receita de R$ 7 milhões. "Para o próximo ano, a expectativa é de que as vendas do 444 cheguem a 1,5 mil toneladas, com receita entre R$ 10 milhões e R$ 11 milhões." Os estudos de viabilidade comercial do aço inoxidável 444 realizados pela siderúrgica apontam para um potencial de crescimento de vendas de 500 toneladas ao ano até 2005. Os clientes potenciais são as cerca de 350 usinas de açúcar existentes no País, além dos fabricantes de equipamentos industriais para este setor. Além das usinas de açúcar, o 444 também poderá ser utilizado por empresas produtoras de cachaça. A expectativa é de que as vendas para este setor alcancem 70 toneladas em 2002 e 140 toneladas em 2003, o equivalente a 5 mil caixas de fermentação. Segundo o analista de mercado da área industrial da Acesita, José Roberto de Andrade, só em Minas Gerais existem 8,5 mil alambiques que são potenciais clientes do novo aço 444. Preocupada em aumentar a base de consumidores de aço inox no Brasil, a Acesita investiu US$ 3 milhões nos últimos cinco anos para modernização do seu laboratório de pesquisas. Andrade explica que o aço inoxidável já é bastante utilizado por usinas de açúcar da Europa e dos Estados Unidos, reduzindo os gastos de manutenção de equipamentos em mais de 50%. "Isso porque o 444 é altamente resistente à corrosão." Segundo Andrade, o aço inoxidável 444 pode durar até 20 vezes mais do que os produtos similares em aço carbono. Andrade explica ainda que as paredes lisas do aço inox e a resistência à corrosão dos tubos e chapas produzidos pela Acesita garantem um açúcar de melhor qualidade e livre de contaminações dentro do ciclo produtivo. O analista ressalta que a iniciativa da Acesita em desenvolver o aço inoxidável 444 partiu da constatação de que a indústria açucareira brasileira está se modernizando e adaptando-se aos exigentes padrões de qualidade internacionais para alimentos, mas ainda não encontrava no mercado materiais compatíveis com esse esforço. O aço inoxidável tem ganhado espaço na indústria de alimentos por conta de suas qualidades de resistência, baixa rugosidade e porosidade, facilidade de limpeza e por se tratar de material inerte, que não interfere quimicamente nos processos industriais. Para a indústria açucareira, o inox apresenta ainda a característica adicional de não liberar partículas metálicas e não adicionar pontos pretos ao açúcar, contribuindo para a certificação de qualidade do produto, segundo as regras do mercado. Os tubos e chapas são indicados para aplicação nos diversos equipamentos das usinas de açúcar tais como aquecedores, pré-evaporadores, evaporadores convencionais e de película fina, cozedores, seja para o feixe tubular em todos os estágios da produção ou em forma de chapa para espelho, costados ou para revestimentos internos dos equipamentos em aço carbono. A Acesita está apta a produzir tubos com paredes entre 1 e 3 milímetros, diâmetros de 1 a 3 polegadas e comprimento até 13 metros. A espessura reduzida permite melhor troca térmica. O analista destaca ainda que quando comparado a outros tipos de aços inoxidáveis, o 444 possui a vantagem adicional de total imunidade à corrosão sob tensão, o que permite a solda do produto. Até o final de outubro, a Acesita deve fechar seu projeto de divulgação do 444, que prevê a realização de palestras e a participação em feiras especializadas.

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