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Ações: análise da empresa tem peso maior em 2002

Em uma carteira de ações, a escolha dos papéis toma por base a análise do setor e da empresa. Em 2002, analistas afirmam que as perspectivas individuais de cada companhia terão peso maior, já que há pouca uniformidade entre as empresas de cada setor.

Por Agencia Estado
Atualização:

As perspectivas de crescimento econômico para o Brasil e a tendência de queda das taxas de juros sinalizam que o investimento em ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) poderá trazer rendimentos significativos neste ano. Mas o período ainda deve trazer instabilidade, dado que há incertezas no cenário externo - crises em países da América Latina e o ritmo da atividade econômica norte-americana -, além da proximidade de eleições presidenciais. De acordo com o diretor de renda variável da BankBoston Asset Management, Júlio Ziegelmann, nas atuais condições do País e mediante os últimos acontecimentos na Argentina, a Bolsa deveria estar em 16.300 pontos, o que significa uma valorização de 25,29% em relação ao fechamento de ontem. "Mas qualquer mudança nos fundamentos econômicos internos ou uma alteração significativa no cenário externo que provoque uma mudança na taxa de risco do Brasil pode alterar esta perspectiva, tanto para melhor quanto para pior", afirma. Setores e empresas As incertezas dos cenários interno e externo têm dificultado a análise das perspectivas por setores na Bovespa. Os analistas afirmam que, na escolha dos papéis para a composição de uma carteira acionária neste ano, a situação das empresas individualmente tem tido influência maior do que as tendências setoriais, já que, sob este aspecto, as incertezas são maiores. Na HSBC Corretora de Títulos e Valores Mobiliários, o diretor Sylvio Rocha explica que a instituição recomenda dez ações aos seus clientes para uma carteira ideal. Segundo ele, esta composição tem levado em conta apenas a análise das empresas. "A recomendação continua focada em papéis de empresas de primeira linha e com boa liquidez. Regra geral, esta carteira também tende a agregar papéis mais defensivos do que os que compõem o Ibovespa", diz. Esta característica é demonstrada pelo índice beta para as ações. Quando o gestor escolhe um papel com um beta menor do que 1, isso significa que ele adotou uma estratégia mais defensiva. Ou seja, se a Bolsa recuar, a carteira terá um impacto negativo menor. Foi o que aconteceu com o resultado da carteira no ano passado. Ela apresentou um rendimento positivo de 7,4%, enquanto o Ibovespa teve queda de 11,02%. Ainda em relação ao beta: quanto maior o índice, maior o risco do papel (veja mais informações sobre o índice beta no link abaixo). Na BankBoston Asset Management, também as perspectivas para cada empresa individualmente tiveram peso maior na escolha dos papéis. Já a escolha por setor, segundo Ziegelmann, foi guiada basicamente pela divisão das empresas em dois segmentos: as que são favorecidas pelo crescimento econômico interno e as que ganham com a alta do dólar devido ao grande volume de exportações. Já o gestor de renda variável do banco Safra, Valmir Celestino, aponta os setores siderúrgico, telecomunicações e bancário como as melhores opções de investimento em Bolsa em 2002. "Mas, dentro destes setores, as perspectivas para cada empresa são muito diferenciadas, o que deve exigir do investidor uma atenção especial com a análise por empresa", afirma. Veja no link abaixo os comentários e recomendações dos analistas dentro dos setores negociados na Bovespa. E veja também a cartilha completa sobre as características do investimento em ações.

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