A corretora BES Securities preparou um estudo avaliando quais seriam as melhores posições de investimento, entre as ações mais negociadas da Bolsa, caso o Brasil enfrentasse um período de dificuldades econômicas internas. As ações da Petrobrás se sobressaíram como a aplicação mais defensiva. A análise também destacou os papéis de companhias exportadoras, como Vale do Rio Doce, Aracruz e Embraer. O estudo mostrou que ter grande parte de receita em dólar, além de ser um fator de proteção para um cenário interno ruim, pode impulsionar o desempenho das ações de uma companhia. A Petrobrás mereceu a atenção dos analistas porque, mesmo em um cenário ruim, o potencial de valorização das ações da empresa manteve-se praticamente o mesmo. Na avaliação da BES, os papéis oferecem uma possibilidade de ganho de 33%. Esse porcentual seria reduzido para 30% no cenário de estresse. Os analistas afirmam que o baixo nível de endividamento líquido da companhia e o fato dela ter faturamento e preço de produto atrelados ao dólar e ao valor internacional do petróleo foram peças chaves para esse resultado. As exportações também estão por trás do resultado que levou às recomendações da Companhia Vale do Rio Doce, Aracruz e Embraer. A Vale tem 75% de suas vendas destinadas ao exterior e a Aracruz comercializa 95% de sua produção no mercado internacional. No caso de Embraer, os analistas ressaltam que a empresa, além de apresentar 98% de sua arrecadação em moeda estrangeira, tem suas atividades ligadas ao crescimento da economia mundial. Ambev e Pão de Açúcar seriam as mais prejudicadas com o estresse No sentido contrário, as companhias que seriam mais impactadas pelo cenário montado pela BES são aquelas com receita voltada para o mercado interno. Entre os destaques estão AmBev e Pão de Açúcar. As siderúrgicas, como CSN e Usiminas, também sofreriam. Dentro do setor elétrico, as principais prejudicadas seriam Copel e Cemig, pois sentiriam os efeitos no aumento forte no custo de captação de capital. Mas, de uma forma geral, as energéticas teriam a expectativa de crescimento reduzida uma vez que o consumo de energia tem forte correlação com o Produto Interno Bruto (PIB). A BES Securities preparou esse estudo porque os riscos internacionais para o Brasil estão apresentando uma tendência ascendente. Mas a instituição destaca que acredita que um choque externo teria um impacto somente no curto prazo. No cenário desenhado pela BES, a moeda estaria cotada a R$ 2,20, a taxa interna de juros teria atingido os 25% e haveria um crescimento zero no Produto Interno Bruto (PIB). Nessa situação, os papéis analisados pela corretora apresentariam uma perda média no potencial de valorização de 23%. No entanto, ainda existirá uma oportunidade de ganho de 10%.