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Ações: cautela com companhias exportadoras

Cautela. Esta é recomendação dos analistas aos investidores que pretendem comprar ações de empresas brasileiras exportadoras. A perspectiva de más notícias no cenário externo em 2001 pode prejudicar os lucros e as ações destas empresas.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os investidores que decidirem comprar ações de empresas brasileiras exportadoras precisam ter cautela. Segundo especialistas ouvidos pela repórter Andréa Botelho, o cenário externo pode não ser favorável em 2001, principalmente por conta de uma possível desaceleração mais forte da economia norte-americana. Isso provoca uma queda do volume de importação desse país, reduzindo as exportações das empresas brasileiras. Com menores vendas, estas empresas podem ter menor lucro, o que prejudica o preço de suas ações em bolsas de valores. Algumas exportadoras, no entanto, podem oferecer boa rentabilidade no longo prazo. Ou porque o papel está sendo negociado por preço abaixo do seu valor justo (ver o link abaixo), ou porque a empresa tem uma carteira de clientes garantida nos próximos anos. Esse é o caso da Embraer. A ação PN (preferencial, sem direito a voto) da companhia é uma das grandes vedetes da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Isso porque toda a produção da empresa nos próximos três anos já está vendida. Além disso, 98% da sua receita está atrelada ao dólar. Com a moeda norte-americana em alta, a Embraer acaba sendo beneficiada, diz o analista do Bes Security, José Eduardo Maia. Outra indicação são as ações PNA da Vale do Rio Doce. Atualmente, a empresa exporta 75% da sua produção. No entanto, o analista da Planner Corretora de Valores, Mauro Mazzaro, diz que a companhia pode ter uma pequena redução no seu lucro, caso ocorra queda da produção siderúrgica no mercado externo. "Se isso ocorrer, a empresa poderá ter dificuldades de negociar as vendas no primeiro trimestre de 2001." Aracruz é o destaque do setor de celulose Dentro do setor de papel e celulose, a Aracruz é a mais indicada pelos especialistas. A analista do Banco Brascan, Clarissa Saldanha, explica que, além de a companhia exportar 95% da sua produção, o preço da ação está depreciado. Outro ponto favorável à Aracruz é que seu faturamento é em dólar e seus custos são em reais. "Assim, com o dólar em alta, o setor fica ainda mais atraente." No entanto, a analista afirma que, se houver uma desaceleração na economia mundial a partir dos EUA, a empresa terá de garantir seus lucros internamente. Mas, para quem tiver interesse em investir no setor alimentício, a sugestão é a compra de ações da Sadia e da Perdigão. Apesar de ter passado o pico da exportação, que ocorreu em 1999 por conta da desvalorização cambial, ambas estão trabalhando fortemente para conquistar o mercado externo e aumentar a venda de produtos processados no exterior", diz Clarissa.

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