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Ações da General Motors caem mais de 20%

Papéis da GM fecharam no menor nível em 76 anos, depois que veio a público a venda de ações por executivos

Por Agências internacionais e NOVA YORK
Atualização:

Em meio à convicção crescente do mercado de que a General Motors será obrigada a pedir concordata no início de junho, as ações da empresa caíram 20,14% ontem e fecharam a US$ 1,15. No meio do dia, os papéis chegaram a US$ 1,09, nível mais baixo em 76 anos. Os investidores ficaram ainda mais preocupados com a notícia de que seis executivos da GM venderam na semana passada toda a participação direta que tinham na companhia, um total de cerca de 315 mil ações. Pelos termos da reestruturação estudada pela GM, o valor das ações da empresa será fortemente diluído após a emissão de novas ações, com as quais pretende pagar credores. O ex-vice-presidente e atual consultor da GM, Bob Lutz, foi o que mais vendeu papéis, desfazendo-se de 81.360 ações, segundo registros da Securities & Exchange Commission (SEC, equivalente a Comissão de Valores Mobiliários). Os outros cinco executivos que se desfizeram de ações foram Thomas Stephens, vice-presidente; Troy Clarkeo, presidente da GM América do Norte; Ralph Szygenda, diretor de informação; Gary Cowger, diretor de manufatura; e Carl-Peter Forster, chefe das operações europeias. Segundo agências internacionais de notícias, a restrição para operações a partir de informações privilegiadas evitaram que executivos seniores da GM vendessem ações durante a maior parte deste ano. Após a entrega do balanço trimestral à SEC, porém, executivos e diretores foram avisados de que uma janela de negociação havia sido aberta na sexta-feira e que permanecia aberta na segunda e talvez ontem, informou a porta-voz da GM, Julie Gibson. Já as ações da Ford, que anunciou plano de vender 300 milhões de ações com objetivo de levantar US$ 1,8 bilhão, caíram 17,60% ontem. A GM recebeu US$ 15,4 bilhões de ajuda do governo americano e tem pouco mais de duas semanas para apresentar um plano final de reestruturação de suas operações. Se for aceito pelo governo, a GM pode receber outros US$ 11,6 bilhões para manter sua produção. Se o plano não for aceito, a empresa terá de pedir concordata. O presidente da GM, Fritz Henderson, tem dito que gostaria de fazer a reestruturação fora da Justiça, mas já admitiu que o tempo para obter um acordo com credores e sindicato de trabalhadores é curto e talvez não tenha outra alternativa. A empresa oferece trocar 225 ações ordinárias para cada US$ 1 mil do principal de seus títulos existentes. A troca só será iniciada se 90% dos detentores de bônus concordarem com os termos. Se não conseguir o acerto, terá de entrar em concordata. Desde janeiro, a GM anunciou planos de demitir 21 mil funcionários, fechar 13 fábricas nos EUA e suspender a licença de 1,2 mil concessionárias no país. A montadora informou ainda que pode vender sua sede em Detroit. NÚMEROS US$ 1,15 foi o preço final da ação no fechamento do mercado 315 mil ações foram vendidas por 6 executivos na semana passada US$ 15,4 bilhões é quanto a General Motors já recebeu de ajuda do governo americano

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