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Ações da Globex disparam com compra das Casas Bahia

Papéis ficaram em leilão por mais de uma hora e abriram em forte alta; Pão de Açúcar também sobe

Por Vinícius Pinheiro e da Agência Estado
Atualização:

As ações da Globex, papel da empresa do Grupo Pão de Açúcar que se associou a Casas Bahia, disparavam 26,29% nesta sexta-feira, para R$ 18,30. Os papéis ficaram em leilão por mais de uma hora e abriram em forte alta. Na quinta-feira, a ação teve forte valorização de 35%, provavelmente por conta de investidores que já desconfiavam da operação.

 

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As ações PNA do Pão de Açúcar desaceleraram a alta de cerca de 10% para 8,17%, negociadas a R$ 61,60, em consequência do anúncio da operação, que formará uma gigante do varejo, com faturamento de R$ 40 bilhões e 1807 lojas.

 

A disparada das ações da Globex (Ponto Frio) na quinta-feira na bolsa acabou levando o Pão de Açúcar e as Casas Bahia a anteciparem o anúncio da associação para esta sexta-feira, afirmou o presidente do conselho de administração do Pão de Açúcar, Abílio Diniz. O executivo informou que esperava ir à França, onde comunicaria o acordo à diretoria do Casino - sócia do Pão de Açúcar - e concluir o negócio com mais calma durante o fim de semana.

 

No entanto, a alta de 35,4% das ações da Globex ontem gerou um questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Por essa razão, o anúncio foi antecipado, segundo o executivo, que já estava em Salvador a caminho de Paris e precisou "dar meia volta" para acelerar o processo. "Fechamos o negócio às 6h30 de hoje", afirmou Diniz.

 

Neste ano, a nova empresa deverá alcançar um faturamento de R$ 18,1 bilhões, similar ao resultado alcançado no ano passado, o que significa a liderança no varejo de bens duráveis. A expectativa é que a margem Ebitda normalizada fique em 5%.

 

Após os discursos, Diniz e o diretor-executivo da Casas Bahia, Michel Klein, se abraçaram em clima de euforia. "Estamos construindo uma empresa de enorme porte", celebrou Diniz. Segundo Klein, a nova empresa resultante da associação ainda não tem nome.

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O modelo da operação surpreendeu, com a integração das atividades do Extra Eletro e da Casas Bahia no Ponto Frio (Globex).

 

A principal "vítima" do negócio é a B2W - empresa de comércio eletrônico resultado da fusão entre Submarino e Americanas.com. Os papéis da companhia recuam 5,02% e lideram as quedas do Ibovespa, enquanto Lojas Americanas PN cai 2,00%.

 

Negócio trará ganhos aos acionistas

 

A diversificação dos negócios dos grupos Pão de Açúcar e Casas Bahia, que anunciaram fusão nesta sexta-feira pela manhã, traz alguns ganhos para o investidor, segundo analistas do mercado. "Haverá uma valorização do negócio com a diversificação dos públicos que as empresas atingem", diz o analista da Planner, Persio Nogueira.

 

"Para o acionista da Globex ou do Pão de Açúcar é interessante porque ele terá acesso a um negócio bem administrado, que é as Casas Bahia", afirma o diretor de varejo da Win Trade, Paolo Mason. Em teleconferência realizada há pouco, as empresas anunciaram que as marcas serão mantidas, uma decisão sábia, segundo especialistas.

 

"A associação também é complementar no sentido de diversificar o risco", avalia Nogueira, ao lembrar que a Casas Bahia atinge em grande parte os públicos C e D. "O Pão de Açúcar terá uma grande ganho com isso, pois essas são as camadas emergentes nos próximos anos."

 

Texto atualizado às 13h40

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(com Yolanda Fordelone, do estadao.com.br e Ana Paula Ribeiro e Rodrigo Petry, da Agência Estado)

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