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Ações da Petrobras impedem queda maior da Bovespa

Queda foi de menos de 1%, apesar da forte baixa das bolsas norte-americanas

Por Claudia Violante e da Agência Estado
Atualização:

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) não conseguiu sustentar ganhos pelo terceiro pregão consecutivo. Influenciada pelo tombo das bolsas em Nova York, fechou em queda. Mas o recuo foi bem mais tímido, graças ao desempenho positivo de Petrobras, principalmente, e Vale. Depois de oscilar entre a mínima de 56.960 pontos (-1,01%) e a máxima de 57.942 pontos (+0,69%), a Bovespa acabou terminando com variação negativa de 0,91%, aos 57.017,6 pontos. No mês, a Bolsa acumula perdas de 4,18% e, no ano, de 10,75%. O volume financeiro foi fraco e somou apenas R$ 4,460 bilhões (preliminar). Em Nova York, o índice Dow Jones despencou 1,93%, aos 11.431,4 pontos, o S&P, -1,79%, aos 1.266,06 pontos, e o Nasdaq, -0,95%, aos 2.355,73 pontos. Indicadores e balanços ruins, dados de vendas no varejo mais fracos do que as previsões e petróleo em alta justificaram as ordens de vendas. Da safra de indicadores, o vilão hoje foi o total de pedidos de auxílio-desemprego, que inesperadamente subiu 7 mil na semana encerrada em 2 de agosto nos EUA, ante previsão de queda de 20 mil. Com a alta, o total aumentou para 455 mil pedidos, nível mais alto desde março de 2002. Já o destaque ruim entre os balanços ficou com a seguradora AIG, com prejuízo de US$ 5,36 bilhões no segundo trimestre deste ano, desempenho bem pior do que as previsões e equivalente ao terceiro trimestre consecutivo de prejuízos bilionários para o grupo. No setor varejista, o alarme veio das vendas menores do que o previsto pelo Wal-Mart em julho. O petróleo fechou em alta: +1,21% o contrato para setembro, cotado a US$ 120,02, por causa da explosão que atingiu um oleoduto europeu. Ruim para Nova York, bom para a Petrobras, que ainda avançou com a expectativa dos investidores com o balanço, que sai na segunda-feira. As ações ordinárias (ON, com direito a voto) avançaram 1,50% e as preferenciais (PN, sem direito a voto), 1,68%. Vale também terminou em elevação, em ajuste ao balanço anunciado ontem à noite. Pela metodologia US Gaap, a mais considerada pelos analistas por causa da variação cambial, a empresa anunciou lucro líquido recorde de US$ 5,009 bilhões de abril a junho, com crescimento de 22,3% comparado ao mesmo período do ano passado. Em teleconferência com analistas hoje, o presidente da mineradora, Roger Agnelli, disse que existe uma possibilidade de a companhia comprar outras empresas, mas destacou que isso não é provável. O mais provável, segundo ele, é a empresa crescer 'organicamente'. Segundo ele, a demanda por minério de ferro e minerais segue aquecida. Vale ON avançou 0,47% e PNA, 0,11%. A maior queda do Ibovespa ficou com Gol PN, por causa da alta do petróleo e também porque a Moody's rebaixou todos os ratings de dívida da empresa e da Gol Finance de Ba3 para B1. A Moody's também colocou todos os ratings em revisão para possível novo rebaixamento. As ações recuaram 13,96%. Para amanhã, quando a agenda de indicadores norte-americana está mais tranqüila, os investidores domésticos podem começar a antecipar um movimento para o vencimento de índice na próxima semana.

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