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Ações de exportadoras atingem cotações máximas

Com a alta do dólar, as ações de empresas exportadoras atingem cotações máximas históricas. Segundo pesquisa da consultoria Financhart, os preços da última semana foram os mais elevados desde janeiro de 1999.

Por Agencia Estado
Atualização:

As ações de empresas exportadoras se transformaram no porto seguro dos investidores devido à disparada do dólar. A atratividade das receitas em moeda americana dessas companhias têm feito seus papéis avançarem no mercado. Tanto que alguns já atingiram cotações máximas históricas. Pesquisa da consultoria Financhart mostra que as ações da Aracruz, Votorantim Celulose e Papel (VCP) e Vale do Rio Doce bateram na semana passada o preço mais elevado em Bolsa desde janeiro de 1999. "Em condições normais de temperatura e pressão, seria o momento de vender as ações", afirmou a analista Catarina Pedrosa, da BBV Corretora. "Mas não com esse estresse do dólar." O analista-chefe da BES Securities, Rodrigo Pinheiro, acredita que as exportadoras já chegaram ao preço que deveriam valer. "No entanto esses papéis continuam na nossa carteira de recomendações devido às incertezas." Para ele, a tendência do dólar é de alta no médio prazo. Pinheiro acredita que os dois principais candidatos à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva e José Serra, adotarão, caso vencedores, uma política exportadora, com menor preocupação com a inflação. Apesar de a maioria dos especialistas sugerir a manutenção de posições de investimento, algumas indicações já foram rebaixadas. O analista Fabio Zagatti, do HSBC Investment, recomendou aos aplicadores em maio que vendessem as ações da Vale e trocassem por Gerdau, que apresenta maior potencial de valorização. "Nossa estimativa é de dólar médio de R$ 2,50 no ano." A moeda americana fechou em R$ 2,637 na sexta-feira. Marcelo Aguiar, do Santander, indica aos investidores que vendam papéis da Aracruz, por não possuírem maior potencial de alta. A pesquisa da Financhart também mostrou que a fabricante de cigarros Souza Cruz está negociando hoje perto do pico registrado em abril. Na última quinta-feira, os papéis fecharam a R$ 15,55, pouco abaixo da máxima recente de R$ 16,90. O analista Basílio Ramalho, do Unibanco, disse que as ações da Souza Cruz têm pouco potencial de alta. Ele estimou que, em 12 meses, a cotação deve chegar a R$ 17,50. "Porém é uma opção conservadora, para proteção." Ele sugere manter os papéis em carteira. A Embraer, fabricante de jatos e maior exportadora do País, também é bastante procurada em tempos de desvalorização do real. Entre as principais alternativas no segmento, é a que está mais distante da cotação máxima dos últimos três anos. As ações preferenciais (sem direito a voto) chegaram a custar R$ 21,34 em maio do ano passado. Agora, estão por volta de R$ 14,50. O atentado aos Estados Unidos em 11 de setembro provocou forte queda da empresa em Bolsa, já que afetou diretamente seu ramo de negócio. "Os temores de novos atentados estão segurando as ações", disse Zagatti, do HSBC. Para Carlos Albano, do Unibanco, não é hora de vender os papéis da Embraer. "Eles não terão uma alta muito forte, mas são uma das posições mais seguras no momento."

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