PUBLICIDADE

Publicidade

Ações do Banespa podem perder liqüidez

Devido à possibilidade de recompra das ações do Banespa que estão disponíveis no mercado pelo Santander, os papéis do banco paulista devem sofrer uma redução do seu poder de negociação na Bovespa. Com isso, podem perder o seu valor.

Por Agencia Estado
Atualização:

Após a compra do Banespa pelo Santander, cuja operação foi com ágio de 281%, cogita-se que o banco espanhol deverá fechar o capital do Banespa para que o preço pago na privatização do banco seja diluído na recompra das ações que estão disponíveis no mercado. Caso isso se confirme e o Santander realmente promova a recompra das ações do banco paulista que estão dispersas, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) perderá um papel que hoje tem uma participação de 2,7% no Ibovespa - Índice que mede a valorização das açòes mais negociadas na Bovespa -, participação inferior apenas às ações preferenciais (PN, sem direito a voto) do Bradesco, com 4,73%. O setor financeiro tem peso de 10,3% no Ibovespa. O diretor de pesquisa da Planner Corretora, Luiz Antonio Vaz das Neves, lembra que a operação de recompra das ações do Banespa vai depender da estratégia do novo controlador, a qual precisará estar de acordo com as normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que, entre outras coisas, estabelece o limite mínimo de um terço para a recompra. A possibilidade de fechamento de capital preocupa a Associação Brasileira dos Analistas do Mercado de Capitais (Abamec). Segundo o seu presidente, Antonio Carlos Colangelo, o temor é de que o Santander proceda com o Banespa da mesma forma que agiu com o Noroeste. "O Grupo espanhol promoveu a retirada gradativa dos papéis do mercado, que foram perdendo valor e liquidez", conta. Segundo ele, o capital do Banespa é formado por 37,44 bilhões de ações, divididas entre ordinárias e preferenciais. "Do capital total, 56,9% está em circulação no mercado e pertencem a mais de 100 mil acionistas minoritários". Para Vaz, da Planner, com as indefinições, as ações do Banespa devem perder liquidez, ou seja, facilidade de negociação no curto prazo. "O mercado espera um ajuste e não sabe como ele vai repercutir nos ativos", diz. Atualmente, o valor de mercado da ação ordinária (ON, com direito a voto) é de 49% do valor patrimonial. A PN está em 48%. "O papel tende a perder liquidez até que o mercado tenha mais informações", prevê.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.