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Ações do BC no câmbio foram fortes

O Banco Central está atacando com todas as forças o que julga ser uma alta excessiva do dólar, fruto de especulação financeira. Mas a operação tem um preço, e inclui alguns riscos.

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de meses com atuação muito discreta no câmbio, o Banco Central (BC) decidiu atacar a alta do dólar com todos os recursos disponíveis. O presidente do BC, Armínio Fraga, anunciou várias captações no exterior, além de medidas para oferecer mais dólares aos investidores, em suas palavras, "irrigar o mercado". Com oferta maior, as cotações já começaram a cair. Além disso, a forte alta nos juros pretende atrair capitais estrangeiros de curto prazo, reforçando a queda nas cotações da moeda. É também um estímulo para que os investidores que correram ao dólar nos últimos meses voltem a aplicar em reais. A base da atuação do governo é a percepção de que as incertezas do cenário motivam o desequilíbrio no câmbio, o que gera mais incertezas e, conseqüentemente, mais altas do dólar, num movimento em grande parte especulativo e sem substância. O próprio Fraga admite que o cenário está mais deteriorado, devido à crise energética, à crise argentina e à desaceleração das economias mais desenvolvidas do mundo. Mas nada justificaria uma taxa de R$ 2,50 por dólar. A operação tem custo e riscos Se a equipe econômica estiver correta, um choque como este reduzirá a especulação no mercado, com queda correspondente do dólar, e em poucas semanas será possível reduzir um pouco os juros para níveis menos traumáticos. Mas isso está sendo feito às custas de captações adicionais no exterior. E se o governo estiver errado, a conta será ainda mais salgada. Isso porque existe a possibilidade de que o dólar mais alto realmente reflita a conjuntura atual, com seus vários elementos de instabilidade sem solução possível no curto prazo. Nesse caso, quando o BC parar de intervir, o dólar voltará a subir, anulando os efeitos do choque, mas com juros e dívida mais elevados. Por ora, o mercado parece aceitar mais a tese de que a intervenção é correta, mas o resultado definitivo só virá mais à frente. Apesar dos riscos, a justificativa para a intervenção é boa. O dólar é a referência de muitos produtos de grande impacto nos índices de inflação, tanto importados como produtos nacionais exportáveis, os quais seguem os preços internacionais. E a alta da moeda norte-americana ameaça o cumprimento das metas de inflação do governo, o principal compromisso da política econômica. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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