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Ações do GPA caem após família Diniz vender papéis em leilão de R$1,2 bi

As ações do Grupo Pão de Açúcar figuravam entre as maiores baixas do Ibovespa nesta segunda-feira, após membros da família do empresário Abilio Diniz terem se desfeito de papéis da companhia em leilão que movimentou 1,2 bilhão de reais. Segundo informações fornecidas pela BM&FBovespa, foram vendidas cerca de 11,5 milhões de ações preferenciais a 103,58 reais cada, um desconto de 2,4 por cento sobre o preço de fechamento na sessão de sexta-feira. A princípio, a operação desta segunda-feira envolveria 5 milhões de ações, conforme divulgado pela bolsa mais cedo. Às 12h52, os papéis caíam 2 por cento, a 103,99 reais, ante alta de 1,64 por cento do Ibovespa. Membros da família Diniz ainda mantinham participação no negócio mesmo após o empresário ter vendido em maio todas as ações do GPA que ainda detinha em seu nome. Por meio da operação, os filhos do empresário - Adriana, Ana Maria, Pedro Paulo, João Paulo, Rafaela e Miguel - venderam praticamente todas as ações que possuíam individualmente, disse a Península, empresa responsável pelos investimentos de Abilio. A empresa acrescentou que uma fatia residual e pouco significativa da empresa foi mantida após o término do leilão. A transação marca mais uma etapa do afastamento da família Diniz do negócio, quase 66 anos depois do pai de Abilio, o português Valentim dos Santos Diniz, ter fundado a primeira loja do Grupo Pão de Açúcar. Esse movimento teve início após a transferência do controle da maior varejista do Brasil ao grupo francês Casino em 2012, seguindo contrato acordado anos antes entre as partes. No ano passado, Abilio deixou o GPA e abriu mão de todos os direitos políticos na empresa, sendo liberado, em contrapartida, da cláusula que estabelecia não competição com a companhia. Em maio, o empresário comprou pouco mais de 1 por cento do Carrefour, segundo fontes com conhecimento direto do assunto, utilizando recursos obtidos com a venda de suas ações no GPA. Atual presidente do Conselho de Administração da empresa de alimentos BRF, Abilio tentou articular em meados de 2011 uma fracassada união entre o Carrefour no Brasil e o GPA, tendo visto sua relação com o sócio Casino azedar a partir daí. A Reuters havia informado em março que o Carrefour avaliava uma captação de recursos no Brasil, com Abilio Diniz aparecendo entre os potenciais compradores. Questionada sobre os motivos que levaram ao leilão desta segunda-feira, a Península disse se tratar de uma estratégia de diversificação de investimentos, não dando detalhes sobre a destinação dos recursos obtidos com a venda das ações.

Por MARCELA AYRES
Atualização:

(Com reportagem de Priscila Jordão)

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