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Ações ganham da inflação em agosto

Investimento em ações foi a melhor alternativa do mês, superando os índices de inflação. Analistas indicam a aplicação, mas recomendam destinar apenas parte dos recursos para o segmento por causa do risco elevado.

Por Agencia Estado
Atualização:

O investimento em ações foi a única aplicação financeira a superar, em agosto, a inflação de 2,39%, medida pelo Índice Geral dos Preços do Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Ibovespa - Índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bovespa - subiu 5,42% no mês, enquanto todas as outras aplicações tiveram rendimento inferior à alta dos preços. O dólar comercial apurou valorização de 2,30%, enquanto o paralelo subiu 0,36%. Os fundos de renda fixa prefixados aparecem logo atrás do dólar comercial, com rentabilidade líquida de 1,20%. A caderneta de poupança teve rendimento de 0,70%. Melhora na percepção do risco Brasil puxou a alta da Bolsa em agosto No começo do mês, ocorreu a troca dos bradies por bônus globais de 40 anos. Além disso, a operação de venda das ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Petrobras que excediam o controle da União também foi bem sucedida. A Bolsa só não subiu com mais força porque as preocupações em relação à inflação aumentaram bastante, levando o Comitê de Política Monetária (Copom) a manter os juros em 16,50% ao ano. Os analistas estão otimistas em relação às perspectivas para o investimento em ações nos próximos meses. O diretor de Análise da BNP Asset Management, Jacopo Valentino, entende que a tendência de queda dos juros e a retomada da atividade econômica são favoráveis ao investimento em ações. Juros, inflação e dólar A questão, diz Valentino, é que a trajetória de queda das taxas pode ser interrompida no curto prazo, em razão do repique inflacionário. O mais provável é que o Banco Central (BC) espere que os índices de preços confirmem a expectativa de acomodação da inflação antes de voltar a reduzir os juros. Ele acredita que, quando o Copom voltar a cortar os juros, as perspectivas para a Bolsa deverão melhorar, pois isso deve impulsionar a migração da renda fixa para os fundos de ações. O dólar deve continuar oscilando nos atuais níveis, pois o País deve continuar recebendo fluxos expressivos de investimentos diretos.

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