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Ações: melhora no setor alimentício

Depois de amargar maus resultados no primeiro semestre, as ações do setor de alimentos devem apresentar um cenário de recuperação a médio e longo prazo. Os papéis que devem ter destaque são os da Sadia e da Perdigão.

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de um primeiro semestre com margens enforcadas por preços baixos no mercado doméstico e pelos altos custos de insumos, o setor de alimentos vai começar respirar a partir do fim do ano, afirmam analistas do mercado de capitais. Espera-se que as ações das empresas acompanhem os resultados, que podem apresentar sinais de melhora já nos balanços do terceiro trimestre graças à recuperação dos preços de produtos, principalmente do frango in natura. As apostas para o setor recaem sobre os papéis das grandes - Perdigão e Sadia -, que despontam como uma boa opção de compra, com retorno de médio prazo. Segundo os analistas, a retomada da lucratividade será visível no quarto trimestre e os resultados irão melhorar progressivamente no próximo ano. O aumento da oferta do milho e a conseqüente queda de seu preço desafogarão as margens de rentabilidade, o que deve efetivamente impulsionar as ações. Analistas esperam valorização dos papéis a médio e longo prazo A analista da Indosuez W. I. Carr, Marília da Costa, está cautelosa quanto à melhora dos papéis após a divulgação dos balanços do terceiro trimestre. "Apesar da recuperação dos preços médios no mercado doméstico, este trimestre deve apresentar resquícios dos resultados debilitados do primeiro semestre", afirmou. Ela acredita que as mudanças só virão a partir do quarto trimestre. De acordo com Guilherme Pantano, da Fator Doria Atherino, as expectativas para as vendas de fim de ano do setor apontam para crescimento em torno de 10%, motivado pelo aumento da demanda no Natal. Os preços de alimentos industrializados no mercado interno, segundo as estimativas, não sofrerão grandes altas no período. Dessa forma, Perdigão e Sadia devem evitar reduzir preços para competir por fatias de mercado. A alternativa será exportar mais para amenizar o enfrentamento direto e evitar a guerra de preços. "O momento não é propício para uma disputa predatória, que pode levar à perda de lucratividade. As empresas deverão priorizar investimentos em publicidade e no lançamento de novos produtos", disse Pantano. Já Flávio Batistella, da consultoria Lafis, aponta indicadores econômicos de emprego e rendimento real médio mais favoráveis como fatores que devem impulsionar o consumo de alimentos em 2001. "As empresas estão se dedicando cada vez mais aos pratos prontos, que têm melhores preços e são bem menos suscetíveis às oscilações do mercado", afirmou. Segundo ele, um bom investimento para médio e longo prazo serão as ações da Bunge Alimentos, empresa proveniente da recente incorporação da Santista pela Ceval. O motivo dado pelo analista para a valorização é que a empresa tem importante participação no mercado de soja latino-americano, além da presença de produtos fortes da Santista no mercado nacional.

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