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Ações: setores mais afetados pela falta de energia

O setor siderúrgico é o mais prejudicado pela falta de energia no País. As empresas voltadas para o crescimento interno, que tinham boas perspectivas no começo do ano, podem ter os resultados prejudicados devido ao desaquecimento econômico.

Por Agencia Estado
Atualização:

O problema de falta de energia deve provocar queda no lucro de empresas de vários setores. Em alguns segmentos, em que o uso de energia no processo produtivo é maior, o impacto da escassez de energia elétrica deve provocar resultados negativos mais fortes. É o caso do setor siderúrgico. De acordo com relatório da Lloyds Asset Management (LAM), os investidores já anteciparam o efeito negativo da questão. Com isso, as ações de algumas empresas já registraram forte baixas, como a siderúrgica Acesita, que registra queda de 25,88% no acumulado desse ano. Mas há algumas empresas do setor que, em algum grau, são auto-suficientes em energia elétrica, o que reduz a necessidade de energia proveniente das geradoras e reduz o efeito negativo do problema. Segundo Júlio Ziegelmann, diretor de renda variável da BankBoston Asset Management, um exemplo é a Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST) que, além de produzir boa parte de energia consumida, também exporta parte de sua produção. Nesse caso, a alta do dólar também favorece os resultados financeiros da companhia. Para Henrique Fonseca, diretor adjunto da Santander Asset Management, outra empresa com essas mesmas características é a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). "Mas, com o desaquecimento econômico interno, a parcela das vendas destinada ao mercado interno pode ter um resultado desfavorável, ou seja, queda nos lucros", afirma. Empresas voltadas para o crescimento A expectativa de crescimento para o País foi totalmente alterada em função da extensão que o problema de falta de energia pode tomar. No início do ano, sem esse problema no cenário, muitos analistas recomendavam a composição da carteira de ações com papéis de empresas voltadas para o crescimento econômico, como varejo e papel e celulose. Nesse segmento, há empresas que sofrem o efeito indireto do desaquecimento econômico. É o caso da Ambev e Pão de Açúcar. "São companhias voltadas para o comércio em que a desaceleração econômica provocada pelo racionamento de energia deve reduzir o volume de vendas e do lucro dessas empresas", avalia Ziegelmann. A ressalva fica por conta das empresas do setor de alimentos, pois fornecem produtos essenciais e o impacto nas vendas deve ser menor. É o caso das empresas Perdigão e Sadia, sendo que a Perdigão é menos afetada pois está localizada no Sul do País - região com oferta maior de energia.

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