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Aconselhado por assessores, Guedes cancela lives em meio à crise com saída de Moro 

Avaliação foi de que fala do ministro da Economia poderia acrescentar ruídos à situação já tensa

Foto do author Lorenna Rodrigues
Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Lorenna Rodrigues (Broadcast) e Eduardo Rodrigues
Atualização:

BRASÍLIA - Quase 4 mil pessoas aguardavam no canal do Itaú Personnalité quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, avisou que não participaria mais de live com executivos do banco. Sua fala estava prevista para às 10h30 desta sexta-feira, 24, pouco antes da coletiva convocada por Sérgio Moro, em que o ex-juiz anunciaria sua demissão do Ministério da Justiça. 

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Antes da live, Guedes se reuniu com secretários e assessores por videoconferência e foi aconselhado a cancelar a participação. A avaliação naquele momento era de que não se sabia como seria o pronunciamento de Moro e quais recados o então ministro iria passar, nem como o mercado reagiria. 

Qualquer fala de Guedes poderia adicionar ruídos à já tensa situação. A avaliação interna é que, com a saída do primeiro pilar do governo Bolsonaro, Moro, o segundo pilar, Guedes, deveria aguardar o cenário clarear antes de qualquer manifestação.

O ministro da Economia, Paulo Guedes. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Uma segunda videoconferência de Guedes foi cancelada depois da forte fala de Moro,dessa vez com o Valor Capital Group, que estava marcada para às 17h desta sexta-feira.

Guedes se recolheu e foi cuidar de outro problema: o Plano Pró-Brasil, criado pela Casa Civil sem a participação da Economia com a promessa de aumentar o investimento público. 

O ministro participa nesta sexta de duas reuniões com o ministro-chefe da pasta, Braga Netto.O programa que prevê pesados investimentos públicos em infraestrutura encontra forte resistência junto à equipe econômica, que insiste em investimentos apenas privados no setor considera o pacote uma espécie de “Dilma 3”.

A primeira reunião, marcada para as 14h, também contará com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Augusto Heleno.

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Meia hora depois, Guedes e Braga Netto se reúnem com o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, e o advogado-geral da União substituto, Renato de Lima França.

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