Brasil e Argentina podem concluir ainda nesta sexta-feira os termos do novo acordo automotivo. As negociações estão avançadas e os técnicos brasileiros otimistas com a possibilidade de conclusão imediata, para que ele possa ser assinado na próxima semana em Buenos Aires. Diante da resistência do governo argentino em concordar com a fixação de uma data para a entrada em vigor do livre comércio de veículos e autopeças, o acordo negociado deve ser transitório, com validade de dois anos. Os argentinos alegam que a assimetria entre os dois mercados prejudicam a economia do país enquanto que o governo brasileiro defendia o livre comércio a partir de 2010. O livre comércio deveria ter acontecido em janeiro deste ano mas a Argentina pediu a prorrogação do acordo bilateral. O Brasil, no entanto, conseguiu manter no acordo a determinação para que o mecanismo chamado "flex" seja aplicado por setor e não por empresa como queriam os argentinos. O patamar, entretanto, será alterado para atender ao governo argentino. Por este sistema, para cada US$ 2,6 exportado pelo Brasil para a Argentina, US$ 1 deveria ser importado pelo Brasil daquele País. Os valores acima do estabelecido pelo flex têm que ser tributados. A Argentina defende uma redução dessa equivalência comercial, para menos de US$ 2. O governo brasileiro já havia concordado em reduzir a proporção para US$ 2,2 por US$ 1. A proposta brasileira para reduzir em 40% as tarifas para a importação de autopeças que não sejam produzidas pelos países do Mercosul deve ficar fora do acordo. Essa negociação deverá ser feita em outro momento.