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Acordo comercial entre UE e Mercosul pode sair neste ano, diz Aloysio Nunes

O ministro afirmou ainda que o Brasil tem uma série de negociações com outros blocos e citou também o Canadá e países asiáticos

Por Carla Araujo e Lu Aiko Otta
Atualização:

BRASÍLIA - O acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul pode sair ainda neste ano, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira e participantes da reunião com o presidente Michel Temer nesta sexta-feira, 10.

Os europeus entregaram em outubro passado uma proposta pior para dois produtos: carne e etanol Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

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Segundo Aloysio, o Mercosul já apresentou ao bloco europeu a disposição de acatar algumas regras de interesse da União Europeia e que os participantes da rodada de negociações foram unânimes em afirmar que um entendimento entre os dois blocos tem uma "enorme relevância econômica, no plano comercial e de investimentos e inclui temas que vão além da oferta de bens".

O ministro participou de uma reunião com o presidente da República, o vice-presidente da Comissão Europeia para Emprego, Crescimento, Investimento e Competitividade, Sr. Jyrki Katainen, e chanceleres do Mercosul.

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Os participantes do encontro deram uma declaração à imprensa no Palácio do Planalto em que afirmaram que o acordo pode ser fechado ainda este ano.

"O Mercosul trabalhou muito no sentido de eliminarmos uma série de barreiras tarifárias e fitossanitárias", disse.

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O ministro afirmou ainda que o Brasil tem uma série de negociações com outros blocos e citou também o Canadá e países asiáticos. "Estamos ampliando a nossa linha de preferência com a Índia. Há sondagens otimistas com países da ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático)", afirmou.

Desacordo. A negociação entre os dois blocos econômicos estava travada e a visita do representante da União Europeia ao País foi recebida como uma tentativa de viabilizar o acordo.

Do ponto de vista do Mercosul, os europeus descumpriram o acordo pelo qual deveriam apresentar, para negociação, uma proposta melhor do que a que estava sobre a mesa em 2004, quando o diálogo chegou a um impasse e ficou paralisado.

Mas, ao invés de melhorar, os europeus entregaram em outubro passado uma proposta pior para dois produtos: carne e etanol. No caso da carne, a oferta foi comprar 70.000 toneladas, quando o ponto de partida deveria ser 100.000 toneladas por ano. Para o etanol, a proposta foi de 600.000 toneladas, quando era esperado algo superior a 1 milhão de toneladas.

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Os números decepcionaram os sul-americanos. No entanto, já estava claro que os europeus não trariam nada diferente para a rodada de negociações que ocorre esta semana. 

Solução possível. Para sair do impasse, será necessário que os dois lados melhorem suas ofertas. Ou seja, o Mercosul também precisará abrir mais seu mercado ou oferecer vantagem adicional em investimentos, compras governamentais ou serviços para ter uma proposta melhor para o etanol e a carne. O que os negociadores discutirão ao longo desta semana são os parâmetros para que sejam apresentados novos números. Os detalhes da reunião desta sexta-feira, 10, não foram divulgados.

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