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Acordo entre CNS e Corus fica para o próximo ano

Por Agencia Estado
Atualização:

O acordo entre Corus e CSN não será fechado este ano, como prevê o protocolo de intenções firmado entre as duas empresas. Na melhor das hipóteses, será um negócio para o primeiro trimestre do ano que vem, disse o diretor da área de indústria, comércio e serviços do BNDES, Wallim Vasconcellos. Segundo ele, não apenas aspectos financeiros da operação serão avaliados, como também o que chamou de questões conceituais. ?A Corus terá de se comprometer a manter a usina siderúrgica de Volta Redonda?, disse. Wallim disse que nada disso começou a ser feito porque o banco ainda não recebeu documento sobre o acordo. "Para nós o prazo ainda não começou a contar. Não há prazo", afirmou, sobre a informação de o período de análise seria de 120 dias e terminaria em novembro. As conversas mantidas com executivos das duas siderúrgicas até agora foram informais. Nem mesmo a minuta do contrato assinado entre a Corus e a CSN foi enviada ao BNDES, o que seria imprescindível para o início da avaliação acerca dos efeitos do acordo sobre os contratos firmados entre o BNDES e a CSN, na época do descruzamento das ações da siderúrgica e da mineradora Vale do Rio Doce. "Sem uma situação concreta, não vamos dispender esforços para avaliar hipóteses", disse Wallim. Além da qualidade do crédito e da garantia das debêntures que detém na CSN, o BNDES vai avaliar o impacto do acordo no setor siderúrgico nacional, especialmente o que isto irá representar para Volta Redonda, cidade que vive em função da usina da CSN. Quando foi divulgado o acordo, analistas de mercado chegaram a comentar que o interesse prioritário da Corus é se tornar dona do minério de ferro extraído da mina Casa de Pedra, de propriedade da CSN, e não da siderúrgica em si. Walim não comenta esta possibilidade, mas afirma que, para que o acordo seja efetivado, a Corus terá de apresentar seus projetos de investimento em siderurgia no Brasil. Segundo estimativa da Federação dos Metalúrgicos do Rio e Espírito Santo, as demissões podem atingir 10% dos 8 mil funcionários da siderúrgica. A empresa afirma não ter meta a ser atingida no plano de demissões. A Corus anunciou hoje um prejuízo de 236 milhões de libras esterlinas, ou US$ 366,7 milhões, no primeiro semestre deste ano, um aumento de 22% com relação ao mesmo período do ano anterior. No site da companhia, o presidente Tony Pedder debita o mau resultado aos custos da reestruturação, à fraca demanda e a paradas para manutenção. Para o analista de siderurgia do Pactual, Luís Otávio Laydner, o mau desempenho não prejudica a fusão. ?Este resultado já está precificado na operação. Todo mundo esperava um prejuízo da Corus, que só deve reverter esta situação no ano que vem?, disse. Para o BNDES e os outros credores, acrescenta, continua sendo um bom negócio trocar as ações da CSN pelas da nova empresa que será criada após a fusão.

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