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Acordo entre Petrobrás e ''BNDES chinês'' atrasa

Por Cláudia Trevisan
Atualização:

A Petrobrás terá de destinar US$ 3 bilhões do empréstimo de US$ 10 bilhões que negocia com o Banco de Desenvolvimento da China (BDC) à compra de máquinas e equipamentos produzidos no país asiático. Os detalhes finais do acordo ainda estavam sendo negociados nesta madrugada, para que o financiamento possa ser anunciado hoje em Pequim pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hu Jintao. O presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, chegou à capital chinesa domingo e ontem passou o dia reunido com funcionários da estatal e do banco chinês. Os dois lados travavam uma árdua queda de braço na definição dos detalhes do negócio. A estatal brasileira vai assinar dois contratos com os chineses. O primeiro é o de financiamento, com o BDC, a versão chinesa do BNDES. O documento vai prever o valor do empréstimo, o prazo e as condições de pagamento. O outro contrato é de venda de petróleo para a China e será realizado com a Sinopec, uma das grandes estatais chinesas do setor. Apesar de se tratar de dois contratos, eles se complementam e um não existiria sem o outro: o Brasil precisa do dinheiro chinês para os investimentos e, a China, do petróleo brasileiro para ajudar a sustentar seu crescimento. Em entrevista à revista chinesa Caijing, Lula reclamou da dificuldade da negociação. "Eu espero que os dois lados possam assinar o contrato logo. Mas os negociadores da China são duros. Imagino que eles pensam a mesma sobre o outro lado", disse, rindo. A Sinopec quer o compromisso da Petrobrás de venda de 200 mil barris de petróleo/dia e exige desconto em relação ao preço que estará em vigor no momento da entrega. A Petrobrás considera o volume exagerado e tenta a redução. Atualmente, a China já compra cerca de 60 mil barris/dia do Brasil.

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