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Acordo Mercosul-UE marca mudança na forma de fazer política comercial do Brasil, diz secretário

Marcos Troyjo disse que o processo de reformas encabeçado pelo governo tratará de ajudar a indústria brasileira a ser mais competitiva para não ficar atrás em relação aos produtos europeus

Por Bárbara Nascimento
Atualização:

Um dos grandes articuladores da fase final do acordo entre Mercosul e União Europeia, o secretário de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, Marcos Troyjo, avalia que a conclusão das negociações estabelece uma “mudança de modelo” na forma como o Brasil e o bloco fazem política comercial. Ao Estadão/Broadcast, ele disse que o processo de reformas encabeçado pelo governo tratará de ajudar a indústria brasileira a ser mais competitiva para não ficar atrás em relação aos produtos europeus. 

Jair Bolsonaro ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron, durante reunião paralela dos líderes do G20, sobre Economia Digital Foto: Fotos: Clauber Cleber Caetano/PR

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O acordo prevê queda gradual da tarifa de importação de vários produtos. No caso de bens manufaturados, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou durante coletiva de imprensa que haveria uma desgravação (período até que a tarifa atinja zero) entre 10 e 15 anos. “Quinze anos são suficientes (para a indústria melhorar a competitividade)? Eu diria que até em menos tempo, porque o Brasil embarcou em um processo ambicioso de reformas”, disse Troyjo. 

Para o secretário, o Brasil viveu por muitos anos uma política protecionista que criou um processo de acomodação interno, com o desenvolvimento de reservas de mercado e de segmentos “que só sobrevivem à custa de mais proteção e subsídios”. “A substituição de importações fez seu efeito e depois do Brasil deveria ter se integrado à economia mundial, mas não fez isso”, pontuou. 

Troyjo destacou ainda que a conclusão do acordo entre UE e Mercosul, gestado por 20 anos, destravará outras negociações com blocos e países. Segundo ele, o Brasil e o Mercosul trabalham em várias frentes em acordos com Japão, Estados Unidos, com a Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA, na sigla em inglês) e aliança do Pacífico, por exemplo. 

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