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Acordo na OMC é urgente, diz Amorim

Para o ministro, crise global torna mais importante a Rodada Doha

Por Denise Chrispim Marin
Atualização:

A crise no mercado imobiliário dos Estados Unidos tornou ''''fundamental'''' e ''''urgente'''' a conclusão da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), advertiu ontem o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. As negociações devem ser retomadas no início de setembro, depois da pausa provocada pelas férias européias. No seu discurso na abertura do Fórum de Cooperação Ásia do Leste-América Latina (Focalal), que agrega ministros e representantes de 33 países dessas regiões, Amorim insistiu que o acordo deve ser equilibrado e justo, levar em conta os interesses dos países menos desenvolvidos e ''''fazer jus'''' a nome - Rodada do Desenvolvimento. ''''Uma conclusão, com êxito, da Rodada Doha, que promova o desenvolvimento das nações mais pobres, torna-se ainda mais urgente, à luz das turbulências do mercado financeiro, geradas nos países mais ricos, mas que nos afetam a todos'''', declarou. À imprensa, Amorim afirmou que espera a apresentação de novos rascunhos de acordos sobre agricultura, indústria e serviços no início da segunda semana de setembro, depois das últimas conversas entre os presidentes dos comitês de negociação da OMC com as delegações dos 150 países. Para Amorim, esse movimento apenas refinará propostas que ambos os presidentes já têm em mente. Seus rascunhos originais, apresentados em julho, foram criticados por vários parceiros da OMC, mas não chegaram a ser repudiados por nenhum país. Em seu discurso na reunião do Focalal, o ministro das Relações Exteriores do Japão, Taro Aso, destacou que essas versões originais ''''são boas bases para se trabalhar''''. O Japão está justamente no front oposto do G20 - grupo de economias em desenvolvimento que atua em conjunto na negociação do capítulo agrícola sob a liderança do Brasil e da Índia. O Japão é uma das economias que mais subsidiam e protegem o setor agrícola. Para Aso, o Focalal ''''é um poderoso condutor da economia mundial'''' e tem uma enorme responsabilidade de dar um forte empurrão na Rodada Doha. Entre os 33 membros do Focalal, 13 são sócios do G20.

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