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Acordo salarial de bancários será estendido ao BB e Caixa

Por Agencia Estado
Atualização:

Pela primeira vez em 20 anos, bancários da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil (BB) participarão em 2004 da negociação salarial em conjunto com os trabalhadores das instituições privadas. Acordo assinado hoje entre representantes sindicais, liderados pela Confederação Nacional dos Bancários (CNB) da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e diretores dos dois bancos federais estabeleceu que os ganhos econômicos acertados na negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) serão também estendidos aos trabalhadores dos bancos federais. "É um acordo histórico e mais um passo para a unificação da categoria", comemorou o presidente da CNB, Wagner Freitas. Representantes da Caixa e do BB também qualificaram o acordo de hoje como "histórico". "Demos um passo importantíssimo para a pacificação das relações entre os bancos federais e os funcionários", avaliou o gerente de Relações Trabalhistas do BB, Joel Bueno. "O governo Lula não veio para ser um governo qualquer, mas para mudar. Estamos avançando na relação entre banco e funcionários, construindo confiança e respeito", complementou o vice-presidente de Logística da Caixa, Paulo Bretas. Com o acordo, cerca de 150 mil bancários das duas instituições vão se somar aos 250 mil do setor privado numa única negociação, o que levou o líder sindical a traçar projeções otimistas para a campanha salarial da categoria, cuja data-base é 1º de setembro. "Podemos garantir que esse ano teremos aumento real de salário", disse. "Senão, não assinamos acordo. Se tínhamos força de paralisação com 250 mil trabalhadores, imagine com 400 mil", complementou. A próxima negociação entre sindicalistas e a Fenaban, a terceira desde julho, está agendada para terça-feira (10/8), e a CNB reivindicou, em sua pauta inicial, reajuste salarial de 25%. "Não queremos tratar de índices, mas de aumento real de salário." Além da base maior para mobilização, o sindicalista entende ser esse momento "favorável" para a obtenção de ganhos reais pelos trabalhadores. "O crescimento da economia cria um ambiente para a disputa por aumentos salariais e o que queremos é a distribuição de renda, porque, caso contrário, o crescimento econômico se torna concentração de riqueza", argumentou. Freitas adicionou que a sociedade também está ao lado dos bancários porque, no entendimento dele, nenhum setor da economia lucra tanto como os bancos, como demonstram os balanços das instituições divulgados até o momento, mas ao mesmo tempo penalizam os usuários, com a cobrança de tarifas elevadas e poucos funcionários locados no atendimento ao público. "Banqueiro não perde nunca, só ganha. Portanto, não existe nenhuma atenuante para não conceder reajuste real de salário. Se os bancos não podem, quem pode?", indagou.

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