Publicidade

Acordo têxtil com UE é adiado

Por Agencia Estado
Atualização:

Conforme previsto por ambos os lados inicialmente, a resposta brasileira para o acordo dos têxteis e vestuário, em negociação com a União Européia (UE), não entrou na agenda da reunião de hoje entre representantes técnicos dos 15 países-membros, ocorrida em Bruxelas. Fontes diplomáticas européias acreditam que, se os novos prazos forem cumpridos, o acordo poderá entrar em vigor dia 1º de agosto, sofrendo atraso de um mês da previsão inicial. "Tivemos retorno de que o Brasil pedirá a retirada de alguns produtos da lista apresentada pela Europa, como algodão cru, já conversamos internamente e existe uma predisposição para aceitar a contra-proposta brasileira; mas soubemos também que haverá algumas observações de redação e só poderemos avaliar quando recebermos os comentários", afirmou à Agência Estado uma fonte européia próxima à negociação do acordo. De acordo com uma fonte brasileira, o atraso ocorreu porque o Itamaraty ainda não recebeu o aval de todos os órgãos responsáveis pela verificação da proposta. O setor privado foi um dos que já aprovou a resposta. Caso o acordo dos têxteis e vestuário sofra grande atraso nas negociações, o setor de tecidos de algodão tinto terá suas exportações prejudicadas, nos próximos meses, porque somente no primeiro trimestre o setor já exportou à UE 73% de sua cota. Os europeus incluíram na última proposta, no dia 18 de abril, não apenas os produtos importados da UE, assim como todos os têxteis e confecções importados do mundo inteiro pelo Brasil, inclusive os produtos agrícolas referentes ao setor, como o algodão cru. Parceria Pelo acordo, a UE suspenderia cotas para dez categorias de produtos e em troca, o Brasil não aumentaria as tarifas vigentes dos têxteis, que variam entre 4% e 20%, além das duas partes se comprometerem a uma série de medidas de facilitação de negócios (barreiras não-tarifárias). As dez cotas brasileiras abrangem os segmentos de fio de algodão, tecidos cru, algodão tinto, sintético e de fibras sintéticas, t-shirt, calças, roupas de cama e mesa e os felpudos. O diretor de negócios econômicos da Euratex, Francesco Marchi, considera que o acordo que está sendo negociado com o Brasil é equilibrado. A Euratex representa 114 mil empresas na UE e emprega diretamente 2,2 milhões de pessoas. "O setor europeu também tem interesse de melhorar o acesso rapidamente ao mercado brasileiro", afirmou Marchi à Agencia Estado, sem precisar em quanto aumentarão as exportações européias. Dentro da UE, cerca de 30% das indústrias têxtis e de vstuário estão na Itália. Em torno de 14% na Alemanha e, um pouco abaixo, apontam no ranking Reino Unido e França. Entretanto, Portugal e Grécia são os países que mais dependem do setor, tanto na relação industrial, quanto para as exportações. Atualmente, os setores têxtil e vestuário representam um negócio de US$198 milhões para a UE e as exportações fora dos 15 países comunitários equivalem a 20% deste valor.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.