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Acordos com Alca e União Européia precisam mudar, diz Amorim

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou na noite desta terça-feira que o Brasil corre o risco de pagar um preço muito alto se aceitar determinadas propostas dos Estados Unidos nas discussões sobre a Alca e nas negociações entre Mercosul e União Européia. Em audiência pública conjunta da Comissão da Alca e da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Amorim afirmou que aceitar esses pontos significaria para o Brasil perder uma importante moeda de troca nas negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). "Tenho que ter essa cautela, não posso gastar todas as moedas da OMC nessas negociações, assim como não vou gastar as moedas com a União Européia", disse. O chanceler afirmou que não está seguro de que o acordo entre o Mercosul e União Européia será "fantástico e abrangente". "(Mas) O fato é que a União Européia é mais realista (do que os EUA na Alca) e não nos pede para gastar todas as nossas moedas." Ele disse que o Brasil não pode aceitar um objetivo mais modesto na Rodada Doha, em termos de agricultura, por causa das negociações entre União Européia e Mercosul. Em relação à Alca, Amorim disse que o interessante para o Brasil é um acordo sobre acesso a mercados com os EUA e um com o Canadá. Em relação aos demais países, Amorim assegurou que já existem instrumentos para se firmar acordo comercial com que a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi). Ao indicar a impossibilidade de um acordo equilibrado entre 34 países tão distintos, ele usou uma metáfora: "Não se pode pedir ao alfaiate para fazer um modelo único. Não se pode tratar os países da mesma forma. Não se pode ter uma Alca de modelo único."

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