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Adição de biodiesel ao diesel incentivará combustível de soja

A expectativa tornou-se ainda maior depois que o governo anunciou a possibilidade de adiantar em um ano a mistura, para 2007

Por Agencia Estado
Atualização:

A proposta do governo de reduzir em um ano, para 2007, o prazo para a adição de 2% de biodiesel ao diesel convencional fará com que a soja ganhe participação maior no processo de substituição de combustíveis fósseis pelos renováveis. A expectativa é de Carlo Lovatelli, presidente da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag) e da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que considera fundamental a participação de outras oleaginosas na produção do combustível, mas lembra que as indústrias de óleo vegetal possuem uma ociosidade de 25% e que teriam condições de alavancar o processo. Segundo Lovatelli, ainda não existe isonomia tributária para a questão do biodiesel e que algumas indústrias "ainda" não enxergaram uma oportunidade no combustível. Empresas que processam matérias-primas como a mamona têm um regime tributário diferenciado das indústrias que processam soja, por exemplo. Para o executivo, a aparente insegurança de grandes grupos terá fim com ajustes que serão feitos, de tal forma que todas as matérias-primas apresentarão vantagens na produção. "O biodiesel começou com uma bandeira social muito forte e com isso criou-se um arcabouço tributário, no qual alguns produtos possuem isenção em relação a outros", afirma, lembrando do recente anúncio da ADM que irá construir uma fábrica de biodiesel em Rondonópolis e da Caramuru, que também tem planos de investimentos nesse segmento. Exemplos Um dos exemplos no tratamento diferenciado entre algumas oleaginosas é a comparação tributária entre o biodiesel de soja e o diesel comum. Segundo Lovatelli, os dois combustíveis possuem a mesma carga tributária, apesar de provocarem efeitos ambientais diferentes. "Faltam ainda algumas políticas públicas essenciais que irão dinamizar a oferta", afirma. O presidente da Abag acredita que os combustíveis renováveis alavancarão o processo agrícola brasileiro como um todo. Segundo Lovatelli, se 10% da gasolina de todo o mundo fosse substituída por etanol, seria necessário se plantar 29 milhões de hectares novos de cana-de-açúcar. "Hoje, o Brasil cultiva 5,6 milhões de hectares e temos, apenas em pastagens degradadas, 32 milhões de hectares disponíveis", afirma.

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