Administradora vê conflito de dados em recuperação judicial da Itapemirim

EXM Partners afirma que há um 'relevante atraso nas análises' de auditoria, enquanto Itapemirim diz que as questões apontadas pela administradora judicial estão sendo solucionadas

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Por Luciana Dyniewicz e Rayssa Motta
2 min de leitura

O processo de recuperação judicial da Itapemirim apresenta uma série de irregularidades, segundo o último relatório sobre as atividades da companhia feito pela administradora judicial, a EXM Partners. No documento referente a janeiro, a EXM afirmou, por exemplo, que há um “relevante atraso nas análises” de auditoria. O cronograma estabelecido para a entrega de documentos já foi descumprido mais de uma vez. “Restam pendentes de envio as demonstrações contábeis (completas) referentes aos períodos de dezembro 2019 até janeiro 2021 (14 meses) à administradora judicial”, diz o documento. 

O relatório afirma ainda que existe uma discrepância entre as informações prestadas pela Itapemirim e as que constam no processo em relação a uma parte do valor da dívida. Diz também que há “inércia, ausência de cooperação e assertividade” da empresa “em se manifestar sobre tão relevante tema”.

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Processo de recuperação judicial da Itapemirim sofre de uma série de irregularidades. Foto: Marcopolo/Divulgação

No documento, a EXM destaca ainda que, em 2020, o dono da Itapemirim, Sidnei Piva, recebeu R$ 3,1 milhões da companhia. Questionado pela administradora judicial, o empresário informou que esse valor corresponde à sua remuneração mensal, que, em março de 2020, foi estabelecida em R$ 300 mil.

Em paralelo, esse imbróglio tem sido atravessado por acusações entre Piva e a família Cola, fundadora da Itapemirim. Além de tentarem anular a venda da companhia, contestada por pendências na assinatura de anexos do contrato, Camilo Cola e Camilo Cola Filho vêm entrando com uma série de representações por falsidade ideológica contra o comprador. Eles sugerem a existência de pelo menos quatro CPFs distintos ligados a Piva. O caso está sob investigação na 2.ª Delegacia de Polícia de Barueri (SP). No início do ano, o Ministério Público de São Paulo pediu que a Justiça requisitasse informações da Receita Federal sobre a emissão dos documentos.

Procurada, a Itapemirim afirmou que as questões apontadas pela administradora judicial estão sendo solucionadas e frisou que os pagamentos previstos no plano de recuperação estão sendo cumpridos.

Sobre o caso dos CPFs, a defesa de Piva classificou, nos autos, a representação como “totalmente improcedente” e atribuiu o movimento a uma tentativa de “vingança” e “perseguição

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