Publicidade

ADR: Brasil mais ativo em lançamentos

O Brasil deverá ser o mercado latino-americano mais ativo em programas de lançamento ADRs nos EUA, neste ano. No primeiro semestre, os ADRs de companhias brasileiras obtiveram a maior volume negociado entre os países latino-americanos.

Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil deverá ser o mercado latino-americano mais ativo em programas de lançamento de ADRs nos Estados Unidos neste ano. ADRs são os American Depositary Receipts, recibos de ações de empresas brasileiras para negociação em bolsas no exterior. "Estamos prevendo entre oito e 12 programas até o final de dezembro", afirmou Andrew Zelter, gerente de desenvolvimento de negócios para a América Latina do Bank of New York. A expectativa do executivo inclui não apenas os novos programas, mas também as atualizações dos já existentes. Muitos programas que estavam previstos para o primeiro semestre acabaram sendo adiados quando o mercado acionário norte-americano registrou tendência de queda. Agora que as bolsas mostram uma recuperação, as companhias brasileiras que têm programas já estruturados devem ir a mercado até o final do ano. No segundo semestre, o Brasil já contabiliza o lançamento dos ADRs da Petrobras. O Bank of New York é líder no mercado global como banco depositário dos ADRs lançados pelas companhias estrangeiras. Na América Latina, a instituição detém 55% do mercado. Essa participação chega a 64% de todos os programas de ADRs lançados por companhias brasileiras, segundo Zelter. Companhias brasileiras tem maior volume negociado da América Latina No primeiro semestre deste ano, os ADRs de companhias brasileiras representaram a maior fatia do volume negociado entre os países latino-americanos. Em termos de valor financeiro (em dólares), os ADRs brasileiros corresponderam a 52% do valor total negociado de papéis da América Latina. Em seguida, vieram os ADRs do México (34%) e da Argentina (8%). Em quantidade de papéis, o Brasil representou 46% do volume total. Em seguida também ficaram México (29%) e Argentina (11%). Os 20 ADRs mais negociados da América Latina registraram um volume de negócios de 2 bilhões de papéis nos primeiros seis meses deste ano, o que representou um aumento de 9% sobre igual período de 1999. Em valor financeiro, os 20 ADRs mais líquidos da América Latina giraram mais de US$ 85 bilhões. Esses dados incluem os programas do total de ADRs e não apenas aqueles custodiados pelo Bank of New York. O ADR latino-americano mais negociado no primeiro semestre deste ano foi o recibo de ações das empresas da cisão da Telebrás, que girou US$ 24,04 bilhões no período. Em seguida, veio o ADR da Telmex (Teléfonos de México), com um valor financeiro negociado de US$ 22,69 bilhões. Dos 20 ADRs mais líquidos, em valor financeiro, no primeiro semestre deste ano, mais da metade (11) são do Brasil. Outros quatro são do México e dois da Argentina. Brasil é considerado modelo de sucesso de papéis ADR nível 1 Nos últimos cinco anos, o Brasil ultrapassou os outros países latino-americanos em número de companhias que lançam novos programas de ADRs, segundo Zelter. No início dos anos 90, o México e a Argentina eram os países mais ativos no mercado de ADRs. "Nos últimos anos, as companhias brasileiras têm percebido cada vez mais as vantagens de lançar ADRs." O sucesso dos programas de ADRs no Brasil foi tanto que atualmente o País é considerado um modelo de sucesso para o mercado mundial para os papéis ADR nível 1 - o mais simples, numa escala de 1 a 4 - que são negociados apenas em mercado de balcão. "O nível 1 é um programa que dá muita visibilidade a uma empresa e acesso ao mercado norte-americano, sem que a operação exija que a companhia capte recursos e nem que ela tenha de obedecer às regras de demonstração financeira exigidas para as companhias listadas em bolsa de valores", explicou Zelter.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.