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ADR: negócios deverão seguir EUA

Analistas afirmam que o volume financeiro negociado com ADR deverá seguir o cenário econômico dos EUA. Em comparação com 2000, o volume negociado caiu 61,81%. Alguns analistas acreditam em recuperação até o final do ano.

Por Agencia Estado
Atualização:

O volume financeiro movimentado com recibos de ações de empresas brasileiras em Nova York - ADR (American Depositary Receipt) - deve parar de cair, segundo especialistas. Alguns até apostam em recuperação ao final deste ano. O comportamento desse mercado, entretanto, estará atrelado à economia norte-americana. "As variações desse setor estão totalmente ligadas ao apetite do investidor global, que está frio há alguns meses", disse o diretor de ADR do Citibank, Orlando Vizcardi, lembrando que os relatórios de análise mundial recomendam cautela com a América Latina. O crescimento do volume negociado depende de uma injeção de otimismo desses investidores, afirmou. "Considerando uma alta de 4% no Produto Interno Bruto brasileiro, um pouso suave nos Estados Unidos e que a Argentina e o Japão não quebrem, o quarto trimestre de 2001 poderá ter aumento nos negócios com ADRs." Pesquisa feita pela Economática (www.economatica.com.br) mostra que o volume negociado com ADRs de empresas brasileiras em fevereiro último caiu 61,81% na comparação com igual mês de 2000, para US$ 3,845 bilhões. O vice-presidente do Brascan, Luiz Ildefonso, acredita que essa queda reflete a situação macroeconômica mundial. Para ele, é um movimento normal. "Em fevereiro de 2000 se discutia se o crescimento norte-americano era excessivo ou não. Agora, estamos olhando quanto os Estados Unidos terão de reduzir de juros para reaquecer a economia." Num quadro como esse, os ADRs brasileiros são muito afetados. Em condições de maior volatilidade, esses papéis deixam de ser opções mais baratas de investimento e com risco similar, por exemplo, à Nasdaq - bolsa norte-americana que negocia ações de empresa de tecnologia e Internet. Para o gerente comercial da diretoria de ações e custódia do Itaú, Ricardo Nascimento, esse recuo já foi estabilizado. "Se não houver nenhuma crise internacional mais abrupta, o volume não cairá mais." Ela acha que o crescimento do volume estará ligado a novos lançamentos de recibos. "As companhias que já têm ADRs atingiram o nível ótimo de negociação e não devem ter incrementos." O diretor da Salomon Smith Barney em Nova York, Christian Starck, se diz otimista com os fundamentos das companhias brasileiras: "O Brasil tem uma proporção alta de ADRs listados na Bolsa de Nova York." No ano passado, disse, os recibos respondiam por 84% do total de estrangeiros negociados. Na opinião dele, a movimentação de ADRs seguirá a flutuação de entrada e saída de capitais no Brasil.

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