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Repórter especial de economia em Brasília

Lideranças políticas cobram do governo ação mais efetiva para reduzir preços altos

Estados querem taxação das petroleiras para compensar perdas com a redução de ICMS; vários países adotaram medidas desse tipo e de subsídios para mitigar o impacto da alta de combustíveis e energia elétrica

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Por Adriana Fernandes
Atualização:

Em negociação com o Congresso, os Estados colocaram na mesa a proposta de criação de uma taxação extraordinária das petroleiras numa engenharia financeira para compensar perdas com a redução de ICMS de combustíveis, energia e outros produtos prevista em projeto que vai a votação no Senado, como revelou o Estadão na terça-feira.

Sob pressão, os Estados acabaram jogando luz sobre esse ponto. Vários países adotaram medidas desse tipo e de subsídios para mitigar o impacto da alta de combustíveis e energia elétrica. O que chamou mais atenção nos últimos dias foi a decisão do Reino Unido de aplicar um imposto temporário de 25% sobre lucros de empresas de petróleo e gás, como parte de um pacote econômico para abrandar a pressão do custo de vida. Os recursos ajudarão o governo britânico a financiar o as medidas de alívio voltadas para as pessoas mais afetadas pela inflação.

Alguns deputados e senadores lideram ofensiva no Congresso para aprovar projetos que ajudem a reduzir os preços altos e o seu impacto na renda da população. Foto: Gabriela Biló/Estadão

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A Alemanha anunciou medidas para ajudar a amortecer o impacto dos altos preços da energia para os consumidores, com subsídios aos combustíveis, transporte público com desconto, benefícios fiscais e apoio adicional aos mais pobres.

Na Itália, o governo aprovou quase 30 bilhões de euros para ajudar a compensar preços de eletricidade, gás e gasolina. Cerca de 11 bilhões de euros virão de imposto sobre o aumento dos lucros das empresas de energia que se beneficiaram do aumento dos preços do petróleo e gás.

A coluna poderia continuar citando inúmeros outros exemplos, inclusive na França, onde o governo concedeu subsídio para o combustível, quatro meses antes das eleições. A inflação desses dois itens essenciais à atividade econômica preocupou tanto que a solução por lá tem sido conceder subsídios temporários.

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Todos esses exemplos estão sendo reforçados nas conversas entre deputados e senadores que lideram ofensiva no Congresso para aprovar projetos que ajudem a reduzir os preços altos e o seu impacto na renda da população. Todos já sabem que será difícil derrubar a inflação aqui no Brasil e no resto do mundo e a alta dos preços vai perdurar.

Esse movimento de pressão continuará. Mesmo que implique medidas que reduzam receitas do governo federal, governadores, prefeitos, Petrobras... 

As lideranças políticas cobram uma ação do governo mais efetiva e falam em subsídios. Querem para já. Renovaram a pressão pela criação da conta de estabilização de preços com receitas do governo provenientes do petróleo mais alto.

Bolsonaro tem ampliado as cobranças ao seu ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, que recebeu carta branca e demitiu o presidente da Petrobras. O presidente e aliados agora esperam uma medida de peso para ontem. 

*REPÓRTER ESPECIAL DE ECONOMIA EM BRASÍLIA

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