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ADRs contribuem para quedas da Bolsa

Ações brasileiras negociadas nos EUA através de recibos (ADRs) são opções para o investidor estrangeiro de aplicação em empresas brasileiras com custo menor que na Bovespa. Isso tem provocado a saída das aplicações de estrangeiros da Bolsa.

Por Agencia Estado
Atualização:

O investidor internacional tem optado por investir nas ações brasileiras negociadas no exterior através de recibos conhecidos como American Depositary Receipts (ADRs). Além disso, tem aumentado as aplicações de renda fixa em títulos de empresas ou do governo brasileiro lançados no exterior. As aplicações no mercado financeiro brasileiro, em conseqüência, perdem recursos externos mês a mês. Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a saída de recursos em agosto - quando a agência de classificação de risco Moody´s anunciou a intenção de considerar a melhora na classificação do risco de investir no Brasil - foi de R$ 613 milhões. O fraco volume de negócios no mercado interno garante o interesse das grandes empresas em lançar ADRs no exterior. Dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) indicam que estão sob análise 16 emissões de ADRs e apenas quatro lançamentos de ações - todas lideradas pelo banco Opportunity. Entre os ADRs, estão os da Saraiva e da Perdigão, além de empresas do setor de telecomunicações. Hoje são negociadas ADRs de 69 empresas brasileiras. A questão é que, embora a negociação de ADRs brasileiros na Bolsa de Nova York seja bem maior do que a de ações na Bovespa, a procura por esses papéis também está caindo. Em janeiro, o volume de negócios com ADRs de empresas brasileiras em Nova York foi de US$ 9,7 bilhões, passando a US$ 6,5 bilhões em junho. Em julho e agosto, o volume foi bem menor, atingindo US$ 3,6 bilhões em cada mês, embora essa queda brusca também se explique pela baixa geral nos negócios nesse período de férias nos EUA.

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