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ADRs da Petrobrás caem 53% no ano

ADRs da Petrobrás já caíram 53% em 2002. Moody´s acredita que companhia é um investimento mais seguro que o governo brasileiro.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os ADRs da Petrobrás negociados em Nova York fecharam hoje em queda de 5,90%, cotados a US$ 11,00, e acumulam declínio de 53% no ano até agora, à medida que os investidores fogem dos papéis brasileiros em meio à crescente incerteza política do País. Boa parte dessas incertezas estão direcionadas à própria Petrobras, uma companhia vulnerável às oscilações políticas. "Eu acredito que o prêmio de risco Brasil vai dominar o sentimento dos investidores acerca da empresa", disse George Hoguet, que supervisiona cerca de US$ 1,2 bilhão em investimentos em títulos de mercados emergentes da State Street Global Advisory, de Boston. Os preços das ações da Petrobras estiveram fortemente ligados aos preços do petróleo de 1999 até maio deste ano, quando os dois começaram a traçar caminhos notadamente diferentes. O atual preço do papel da companhia traduz-se em aproximadamente US$ 14 por barril do tipo West Texas Intermediate (WTI), um grande desconto, segundo o analista de petróleo do J.P. Morgan, Alexandre Strommer. O petróleo do tipo WTI foi negociado hoje em cerca de US$ 29,50 o barril. Apesar disso, o J.P. Morgan mantém a recomendação de "overweight" para a empresa. "Nossa opinião é que muito do risco já foi descontado no preço", afirmou Strommer. A Moody´s acredita que a Petrobras é um investimento mais seguro que o governo brasileiro. A agência atribui à companhia a classificação para dívida em moeda estrangeira de "Ba1", quatro níveis acima do rating para o crédito soberano, acreditando que o governo não faria nada para prejudicar a capacidade da empresa de continuar abastecendo o País de petróleo. Mas a Moody´s reconhece que há muitas questões surgindo, inclusive se a Petrobras poderá cobrar preços de mercado livre aos seus clientes domésticos. "Ninguém sabe ao certo as respostas. O problema é que não saberemos até ver o que vai acontecer", disse Alexandre Parker, analista de energia da América Latina da Moody´s em Nova York. Na semana passada, o Salomon Smith Barney reiterou sua recomendação de "underperform, alto risco" para a Petrobras, e apontou quatro riscos significativos: controles de preços de produtos domésticos, mudança no quadro administrativo, custos crescentes e intervenção do governo nos planos de investimento. "Apesar da queda significativa das ações desde o aumento do risco político, nós esperamos que a recuperação seja limitada pelas preocupações contínuas acerca da intervenção governamental na companhia", escreveu o Salomon em nota a seus clientes. O UBS Warburg, ao contrário, atribui a recomendação de "forte compra" para a estatal, elevou a estimativa de lucro por ação em 2004 de US$ 4,76 para US$ 4,78, mas reduziu a estimativa para 2002 de US$ 3,66 para US$ 3,23, e para 2003 de US$ 4,91 para US$ 4,37. As informações são da agência Dow Jones.

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