Publicidade

ADRs valorizam ações de companhias brasileiras

Empresas brasileiras estão encontrando na emissão de American Depositary Receipts (ADR) uma oportunidade de valorizar seus papéis. O potencial de rentabilidade e a transparência nas informações dá mais segurança ao investidor.

Por Agencia Estado
Atualização:

A emissão de American Depositary Receipts (ADR) ou recibos de empresas brasileiras nos Estados Unidos transformou-se em um importante indicador para o investidor doméstico no momento de escolher em que ação aplicar. Analistas dizem que adquirir ações de companhias que lançaram ADRs significa ter um papel com alta liqüidez, ainda que sujeito às oscilações do mercado norte-americano. O preço dessas ações no Brasil reflete a variação dos ADRs, que, por sua vez, acompanha a volatilidade da bolsa norte-americana. Como o volume negociado nos EUA é muito grande, qualquer variação mais acentuada atinge de forma mais agressiva as ações locais com ADRs. O diretor de Pesquisas da Planner Corretora, Luiz Antonio das Neves, diz que há uma grande diferença da variação das ações com ADRs em relação ao Ibovespa - Índice que mede a valorização das ações de empresas mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Na baixa, o preço das ações cai muito mais que o Índice, cuja queda no ano é de 16,20% (veja o link abaixo). Já empresas como Embratel e Globo Cabo apresentam variação negativa no ano acima de 40%. Em compensação, na alta, a valorização também é mais expressiva. Transparência nas informações é mais rigorosa O investidor que não se incomoda com essa oscilação, encontra na compra de ações de empresas com ADRs uma boa oportunidade de investimento. Primeiro, pelo fator liqüidez; ou seja, facilidade de negociação. O segundo motivo é o potencial das companhias. Com a emissão desses recibos, as empresas nacionais passam a ter maior visibilidade no mercado externo e facilidades na captação de recursos com menores custos. A transparência nas informações prestadas também é maior. Isso porque, nos EUA, as companhias têm de ser detalhistas nos dados prestados à Security Exchange Comission (SEC), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) norte-americana. No Brasil, a CVM baixou uma resolução determinando que todos os dados informados no exterior também devem ser publicados no Brasil. Como as normas da SEC são bastante rigorosas, as companhias acabam divulgando balanços e informações de melhor qualidade, o que dá mais segurança ao investidor. Mas, se por um lado o lançamento de ADR favorece a empresa, por outro, o investimento diminui o volume de negócios na Bovespa. Estudo realizado pela Economática indica que, de janeiro de 98 a setembro deste ano, o volume financeiro de ADRs negociados nos EUA aumentou 1.235,06%. Enquanto isso, o volume movimentado na Bovespa diminuiu 49,71%.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.